Itália e concessionária fecham acordo para investimento em estradas
Acordo bilionário vem na esteira da queda de ponte em Gênova
O Ministério de Infraestruturas e da Mobilidade Sustentável e a empresa Autostrade per l'Italia (Aspi) fecharam um acordo nesta sexta-feira (15) que obriga a concessionária a fazer um programa de investimentos de manutenção na rede de estradas no país de 13,6 bilhões de euros - sendo que 3,4 bilhões devem ser aplicados até 2024.
As negociações começaram em agosto de 2018, logo após o desabamento da Ponte Morandi em Gênova, em incidente que matou 43 pessoas. A Aspi era uma concessionária administrada pela família Benetton, mas foi reestatizada pelo governo italiano após a tragédia.
Segundo a nota divulgada pelo Ministério, a empresa tinha uma "grave inadimplência nas obrigações de manutenção e custódia da rede de autoestradas". Ainda conforme a pasta, o acordo firmado é integralmente igual ao que foi aprovado pelo Conselho de Ministros, em 14 de julho de 2020, ainda durante o governo do premiê Giuseppe Conte.
Parte do dinheiro, cerca de 1,5 bilhão de euros, será destinado para a região da Ligúria e a cidade de Gênova para criar novas infraestruturas, reduzir pedágios e fazer outras intervenções em favor dos cidadãos.
O anúncio do acordo ocorreu no dia da primeira audiência do processo sobre o desabamento da Ponte Morandi, onde 59 pessoas e duas empresas - Aspi e Spea, que cuidava do monitoramento e das manutenções - são acusadas de diversos crimes, como homicídio culposo (sem intenção de matar), homicídio rodoviário, atentado à segurança dos transportes, desabamento doloso e omissão. .