PUBLICIDADE

Mundo

Itália decidirá futuro de capitã alemã nesta terça-feira

Carola Rackete permanecerá em prisão domiciliar por mais um dia

1 jul 2019 - 17h32
Compartilhar
Exibir comentários

Um juiz do Tribunal de Agrigento, no sul da Itália, decidiu deixar a capitã do navio humanitário "Sea Watch 3", Carola Rackete, em prisão domiciliar até a próxima terça-feira (2), data em que anunciará a decisão da justiça sobre o inquérito no qual a alemã é acusada de violência contra um navio oficial italiano e favorecimento à imigração clandestina. A informação foi confirmada pela ONG Sea Watch, responsável pelo navio de resgate de migrantes, após um interrogatório realizado nesta segunda-feira (1) que durou duas horas e meia. A decisão foi tomada pela juíza de investigações preliminares de Agrigento, Alessandra Vella, Rackete, de 31 anos de idade, foi presa na Itália por "violência contra navio de guerra" ao forçar a entrada no porto de Lampedusa de uma embarcação com 40 migrantes. Além disso, a alemã é investigada por favorecimento à imigração clandestina.

Itália decidirá futuro de capitã alemã nesta terça-feira
Itália decidirá futuro de capitã alemã nesta terça-feira
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

    Em seu depoimento, Rackete afirmou que garante que nunca pensou na sua ação como "um ato de violência, mas apenas de desobediência".

    A capitã trabalha para a ONG Sea Watch e comandava o navio de mesmo nome que salvara 53 pessoas em 12 de junho. Na ocasião, o governo italiano chegou a autorizar o desembarque de 13 delas por motivos de problemas de saúde. As outras 40, no entanto, só saíram da embarcação depois de 17 dias, quando Rackete forçou a entrada em Lampedusa. A acusação, por sua vez, alega que a capitã atacou deliberadamente a embarcação da Guarda de Finanças da Itália que bloqueava o seu caminho e pede a proibição dela permanecer na província de Agrigento.

    Já a defesa da alemã diz que ela não pretendia prejudicar ninguém. Com a atitude, a jovem infringiu as leis do país, porque o vice-premier e ministro da Itália, Matteo Salvini, proibiu navios de ONGs de atracarem em portos italianos e impôs multas de até 50 mil euros para quem violar a regra. Hoje cedo, Salvini ressaltou que independentemente da decisão da justiça, a Itália está pronta para expulsar a capitã, considerada perigosa para a segurança e ordem pública. A expectativa do líder do partido ultranacionalista é de que a justiça decida por "penalidades severas".

    Entretanto, diversas políticos alemães estão criticando o governo italiano por prender Rackete. Além do presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, o ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, disse que ela deve ser libertada porque sua atitude foi um ato humanitário e não criminoso. "O resgate no mar não é um crime, é um ato humanitário e, portanto, qualquer coisa que não leve a sua libertação será considerado causa de grande irritação", finalizou Maas. Caso seja condenada, a capitã alemã poderá pegar até 10 anos de prisão.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade