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Mundo

Itália condena 4 por assassinato de jovem negro em 2020

Dois réus pegaram prisão perpétua, mas ainda cabe recurso

4 jul 2022 - 09h09
(atualizado às 10h18)
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Um tribunal da Itália condenou nesta segunda-feira (4) quatro réus pelo assassinato de Willy Monteiro Duarte, jovem negro de 21 anos espancado até a morte ao tentar apartar uma briga.

A Corte de Frosinone sentenciou os irmãos Marco e Gabriele Bianchi à prisão perpétua, enquanto Francesco Belleggia e Mario Pincarelli pegaram, respectivamente, 23 e 21 anos de cadeia.

Além disso, os réus terão de pagar cada um 200 mil euros aos pais e 150 mil euros à irmã de Duarte.

Ainda cabe recurso, mas a sentença foi recebida com aplausos das pessoas que acompanhavam o julgamento, incluindo amigos da vítima. "É uma sentença justa", afirmou Armando Duarte, pai do jovem assassinado.

O crime ocorreu em setembro de 2020, em Colleferro, nos arredores de Roma, e provocou consternação na Itália por causa de sua brutalidade.

Filho de imigrantes de Cabo Verde, mas nascido em Roma, Duarte era estudante de hotelaria e trabalhava como ajudante de cozinha em um hotel em Artena, vizinha a Colleferro.

Na madrugada entre 5 e 6 de setembro, tentou apartar uma briga envolvendo um amigo e foi espancado até a morte por um grupo de italianos. Segundo testemunhas, alguns dos agressores até pularam sobre o corpo inerte do jovem.

"Willy foi um exemplo de coragem e amizade, ele salvou minha vida", disse Samuele Cenciarelli, jovem de 23 anos que estava com Duarte naquela fatídica madrugada.

Cerca de um mês depois do crime, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, concedeu uma medalha póstuma de "valor cívico" por causa do altruísmo de Duarte na defesa de seu amigo.

Por sua vez, o advogado dos irmãos Bianchi, Massimiliano Pica, afirmou que a sentença "contraria todos os princípios lógicos" e que o processo foi "midiático". "Vamos ler as motivações e recorrer", declarou. Segundo ele, Marco e Gabriele não tiveram "nenhum instinto violento".

"Marco Bianchi assumiu sua responsabilidade imediatamente, dizendo que o havia atingido de lado. Gabriele jamais agrediu Willy", acrescentou.   

Ansa - Brasil   
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