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Israel admite ter bombardeado suposto reator nuclear sírio em 2007, e faz alerta ao Irã

21 mar 2018 - 09h03
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Por Stephen Farrell

Foto sem data divulgada pelo governo dos EUA mostra prédio destruído por ataque na Síria Governo dos EUA/Divulgação via REUTERS/Foto de arquivo
Foto sem data divulgada pelo governo dos EUA mostra prédio destruído por ataque na Síria Governo dos EUA/Divulgação via REUTERS/Foto de arquivo
Foto: Reuters

JERUSALÉM, 21 Mar (Reuters) - Israel admitiu pela primeira vez ter bombardeado um suposto reator nuclear sírio em 2007, e disse nesta quarta-feira que o Irã deveria ver o ataque como um alerta de que não terá permissão para desenvolver armas nucleares.

Os militares israelenses divulgaram imagens inéditas da cabine de um avião, fotos e documentos de inteligência a respeito do ataque aéreo de 6 de setembro de 2007 contra a instalação de Al-Kubar, próxima de Deir al-Zor, no leste da Síria.

Eles disseram que o reator estava sendo construído com ajuda da Coreia do Norte e que a instalação seria ativada em meses. A Reuters não conseguiu verificar de imediato o material israelense.

A admissão pública de Israel veio depois de pedidos feitos nos últimos meses de maneira reiterada pelo primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para que os Estados Unidos e a comunidade internacional adotem ações mais duras contra o Irã, aliado da Síria.

O ministro da Inteligência israelense, Israel Katz, disse no Twitter: "A operação (de 2007) e seu sucesso deixaram claro que Israel jamais permitirá armamento nuclear nas mãos daqueles que ameaçam sua existência -- a Síria então, e o Irã hoje".

Os militares israelenses descreveram em detalhes os acontecimentos que antecederam a madrugada de 5 para 6 de setembro de 2007, na qual, disseram, oito aviões de guerra F-16 e F-15 realizaram a missão depois de decolar das bases aéreas de Ramon e Hatzerim e voar até a região de Deir al-Zor, 450 quilômetros ao noroeste de Damasco. Dezoito toneladas de munições foram lançadas no local, afirmaram.

Em 2008 os EUA apresentaram o que descreveram como dados de inteligência mostrando que a Coreia do Norte ajudou a Síria com "atividades nucleares clandestinas". À época a Síria minimizou as acusações, dizendo serem parte de uma campanha para desacreditar o governo de Damasco.

"O governo sírio lamenta a campanha de mentiras e falsificação do governo dos EUA contra a Síria, incluindo alegações de atividade nuclear", disse um comunicado governamental divulgado pela agência estatal de notícias síria.

Entre as imagens divulgadas nesta quarta-feira, uma série de vídeos em preto e branco, gravados acima do alvo, mostra a estrutura na mira. Ouve-se uma voz masculina fazendo uma contagem regressiva de três segundos e uma nuvem de fumaça negra emerge da estrutura quando explode. Outras imagens parecem mostrar o resultado da explosão -- um buraco fumegante no solo.

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