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Ásia

Irmã de 'mulher mais obesa do mundo' acusa médicos de mentir sobre perda de 250 kg após operação

25 abr 2017 - 18h39
(atualizado às 19h12)
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Eman Abd El Aty estaria pesando cerca de 250 kg, mas irmã contesta perda de peso apontada por hospital
Eman Abd El Aty estaria pesando cerca de 250 kg, mas irmã contesta perda de peso apontada por hospital
Foto: Saifee hospital / BBC News Brasil

A irmã da egípcia Eman Abd El Aty, conhecida como "a mulher mais obesa do mundo", acusou os médicos de mentirem sobre a perda de peso dela após passar por uma cirurgia na Índia.

Eman foi operada no hospital Saifee, em Mumbai. Na semana passada, a instituição médica divulgou que ela havia perdido 250 kg.

Mas a irmã da mulher contestou o hospital. Disse ainda que o estado de saúde de Eman é delicado porque ela pode ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC) durante a internação. O hospital negou veementemente as acusações.

A controvérsia começou na última segunda-feira, quando a irmã de Ema, Shaimaa Selim, divulgou um vídeo na internet dizendo que sua irmã não está conseguindo falar nem se movimentar e que Eman não teria perdido tanto peso quanto diz o hospital.

Nesta terça-feira, Shaimaa falou à BBC: "ele (médico Muffazal Lakdawala, que comandou a cirurgia) não a pesou antes e depois da operação. Se ele tiver alguma prova da perda de peso, que nos mostre então quanto ela pesava antes e depois."

Shaimaa diz que o estado de saúde de sua irmã é frágil. "O nível de oxigênio em seu corpo não está normal. Ela tem que respirar com uma máscara o tempo todo. Tem um tubo que vai do nariz ao estômago, porque ela não consegue comer ou beber pela boca."

Uma porta-voz do hospital disse à BBC que Eman foi pesada novamente na segunda-feira e que, agora, ela estaria com 172 kg.

Pelo Twitter, o médico Lakdawala negou ter mentido. "Shaimaa Selim, você matou a humanidade com um só golpe. Que Deus te ajude quando você perceber o que fez. Continuarei a tratar e rezar por Eman", afirmou.

Eman com o médico que a atendeu
Eman com o médico que a atendeu
Foto: Saifee hospital / BBC News Brasil

Obesidade mórbida

Hoje com 36 anos, Eman nasceu com mais de 6 kg e foi diagnosticada com elefantíase, uma doença parasitária que causa inchaço extremo dos braços e das pernas.

Aos 11 anos, ela teve um AVC. Em razão da obesidade - ela chegou a 500 kg -, Eman não conseguiu sair de casa, em Alexandria, por 25 anos.

Ela foi levada de avião em janeiro ao hospital na Índia, onde realizou um regime e, em março, submetida a uma cirurgia bariátrica, realizada por uma equipe liderada por Lakdawala.

Esse tipo de operação é usada como último recurso em casos de obesidade mórbida, quando o Índice de Massa Corporal (IMC) de uma pessoa é igual ou superior a 40 - ou 35 para quem tem problemas de saúde relacionados a excesso de peso.

Existem diferentes técnicas. Em uma delas, parte do estômago é grampeada, e o intestino é desviado de forma que menos alimentos sejam digeridos e a pessoa tenha a sensação de saciedade.

Na outra, uma banda de silicone é colocada em volta do estômago, reduzindo a quantidade de alimentos necessária para saciar uma pessoa.

O hospital diz que Eman consegue agora usar cadeira de rodas e ficar sentada por um período maior de tempo, e divulgou fotos dela após a operação.

Egípcia foi submetida a uma cirurgia bariátrica na Índia em março
Egípcia foi submetida a uma cirurgia bariátrica na Índia em março
Foto: Saifee hospital

A irmã também manifestou insatisfação com a perspectiva de alta de Eman, que considera prematura.

"Há casos assim em outros lugares do mundo. Eles ficam no hospital por um ou dois anos para perder peso e voltar ao normal. Mas, depois de só um ou dois meses aqui, os médicos dizem que minha irmã pode retornar. Perguntei a eles como isso é possível, já que ela ainda está muito obesa", disse a irmã de Eman.

"E se algo acontecer no Egito? Como vou levá-la a uma hospital lá? Seria impossível, e ninguém me ajudaria. Eu pedi: 'Por favor, a mantenham aqui por mais tempo para ajudá-la a perder peso.'."

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