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Irã registra manifestações pró-governo após 6º dia de protestos de oposição

3 jan 2018 - 07h59
(atualizado às 10h25)
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Manifestações pró-governo realizadas em várias cidades do Irã atraíram milhares de participantes nesta quarta-feira, após seis dias de protestos raros de opositores ao regime que pegaram a liderança do país de surpresa.

A televisão estatal iraniana transmitiu imagens ao vivo de passeatas em Kermanshah, Ilam e Gorgan nas quais os manifestantes portavam bandeiras do Irã e fotos do líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei.

O maior desafio à ordem estabelecida do Irã em quase uma década continuava na noite de terça-feira, e postagens e vídeos em redes sociais mostraram batalhões de choque atuando em várias cidades.

Iranianos participam de manifestação pró-governo no Irã 03/01/2018 Tasnim/Divulgação via REUTERS
Iranianos participam de manifestação pró-governo no Irã 03/01/2018 Tasnim/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Horas mais cedo Khamenei havia acusado os inimigos da nação de fomentarem os distúrbios.

Nesta quarta-feira, os manifestantes pró-governo expressaram seu apoio a Khamenei, bradando: "O sangue em nossas veias é um presente ao nosso líder" e "Não abandonaremos nosso líder".

Os protestos, que começaram devido aos problemas econômicos, adquiriram uma dimensão política rara, e um número crescente de jovens está pedindo a renúncia de Khamenei.

Essas são as maiores manifestações desde os tumultos que se seguiram à questionada reeleição do então presidente Mahmoud Ahmadinejad em 2009.

Ao menos 21 pessoas morreram durante os protestos iniciados na semana passada, incluindo dois membros das forças de segurança.

Mais de 450 manifestantes foram presos na capital Teerã nos últimos dias, e centenas de outros foram detidos em todo país, segundo autoridades. Um funcionário do Judiciário disse que alguns podem enfrentar a pena de morte.

"Os arruaceiros sediciosos deveriam ser executados", bradavam os participantes das marchas nesta quarta-feira, e cartazes que eles levavam diziam que "mãos ocultas" hostis guiadas pelos Estados Unidos, Israel e o Reino Unido deveriam ser decepadas.

Na tentativa de controlar o fluxo de informação e convocações de passeatas antigoverno, as autoridades de Teerã restringiram o acesso ao aplicativo de mensagens Telegram e ao Instagram, de propriedade do Facebook.

Os preços altos, a suposta corrupção e a má administração estão insuflando a revolta. O presidente Hassan Rouhani defendeu um acordo fechado com potências mundiais em 2015 para conter o programa nuclear iraniano em troca da suspensão da maioria das sanções internacionais, mas não conseguiu cumprir as promessas de prosperidade no país, onde o desemprego chegou a 28,8 por cento no ano passado.

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