Irã nega que EUA tenham destruído drone no Estreito de Ormuz
Exército iraniano disse que todos os seus veículos aéreos não tripulados retornaram de forma segura a suas bases, contrariando a declaração feita por Donald Trump na quinta-feira
TEERÃ - O Irã negou nesta sexta-feira, 19, a declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que um navio de guerra americano destruiu um drone iraniano próximo ao Golfo Pérsico após este ameaçar a embarcação, um incidente marca uma nova escalada nas tensões entre os dois países menos de um mês após Teerã derrubar um drone americano no Estreito de Ormuz.
O Exército iraniano disse que todos os seus drones retornaram de forma segura a suas bases, e negou que tenha havido qualquer confronto com a embarcação americana na quinta-feira. "Nós não perdemos nenhum drone no Estreito de Ormuz ou em qualquer outro lugar. Estou preocupado que o USS Boxer tenha derrubado um dos seus próprios drones por engano", afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, em sua conta no Twitter.
O Estreito de Ormuz está na foz do Golfo Pérsico e serve como rota de passagem para um quinto de todas as exportações globais de petróleo. Um choque nesta região eleva o risco de conflito entre Irã e EUA.
Na quinta, Trump disse que o USS Boxer tomou medidas defensivas após um drone iraniano se aproximar de um navio de guerra americano e ignorar vários pedidos para se retirar do local. Trump culpou o Irã por uma ação "provocativa e hostil" e disse que os EUA responderam em legítima defesa.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamed Javad Zarif, disse a jornalistas que "não tem informação sobre a perda de um drone". Depois que Trump retirou os EUA do acordo nuclear em 2018 e impôs sanções econômicas a Teerã, os iranianos têm pressionado no fronte militar e abateram um drone americano em meados de junho.
Além disso, nas últimas semanas, a região do Golfo Pérsico foi palco de seis ataques a petroleiros, ações que os EUA atribuem ao Irã, que nega envolvimento. Washington também enviou milhares de tropas adicionais ao local e aumentou a segurança na região. / AP e AFP