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Irã diz que novas sanções dos EUA mostram que oferta de negociação não é genuína

8 jun 2019 - 12h56
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As sanções adicionais impostas pelos Estados Unidos ao Irã mostram que as propostas de negociação de Washington não são genuínas, disse neste sábado o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Abbas Mousavi.

    Os EUA impuseram sanções contra o maior grupo petroquímico do Irã na sexta-feira, por apoiar indiretamente a Guarda Revolucionária iraniana. A medida teria o objetivo de secar a fonte de recursos para a elite da força militar do país. Especialistas dizem, contudo, que ela é meramente simbólica.

    O presidente norte-americano, Donald Trump, disse neste mês que está disposto a negociar com o Irã.

    "Foi necessário esperar apenas uma semana para ver que as indicações do presidente da América sobre negociações com o Irã eram rasas", afirmou Mousavi em comunicado. "A política norte-americana de pressão máxima é uma política derrotada."

    Nas últimas semanas, as tensões entre Irã e EUA aumentaram, depois de Washington ter enviado mais forças militares para o Oriente Médio, incluindo um porta-aviões, bombardeiros B-52 e mísseis Patriot. Trata-se de uma demonstração de força contra o que autoridades norte-americanas chamam de ameaças do Irã às tropas e interesses dos EUA na região.

    O ministro da Defesa do Irã, Amir Hatami, notou a presença dos navios de guerra dos EUA neste sábado e disse que os inimigos da República Islâmica estão com medo do conflito por causa do poder ofensivo e defensivo do país, de acordo com a Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos (ISNA).

    "Eles temem qualquer tipo de guerra ou possível conflito com o Irã", afirmou, dizendo que são falsas as ofertas de diálogo sem precondições dos EUA.

    Os EUA afirmaram que pretendem intensificar a pressão econômica e militar sobre o Irã por causa de seu programa nuclear e de mísseis balísticos, além de apoiar grupos na Síria, Iraque, Líbano e Iêmen.

    Trump desafiou o Irã e contrariou aliados ao deixar, no ano passado, um acordo entre Teerã e potências mundiais firmado em 2015. Os iranianos cortariam seu programa nuclear em troca de amenização das sanções.

    Trump criticou o acordo, assinado antes de ele assumir o cargo, e reimpôs duras sanções financeiras sobre o Irã e, posteriormente, à exportação de petróleo do país.

    Trump afirmou na quinta-feira que o Irã estava falhando como nação e repetiu seus pedidos para negociações. Mousavi disse na sexta que os comentários do norte-americano eram "repetitivos, sem base e paradoxais" e que não mereciam resposta.

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