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Irã diz que não vai tolerar "agressões marítimas" no Golfo Pérsico

5 ago 2019 - 09h04
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O Irã não fará mais vista grossa a "agressões marítimas" no Golfo Pérsico, disse o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, nesta segunda-feira, um dia depois de apreender um navio-petroleiro do Iraque na região que acusou de contrabandear combustível.

Navio dos EUA em trânsito no Golfo Pérsico
03/08/2019
Alexander C. Kubitza/Marinha dos EUA/Divulgação via REUTERS
Navio dos EUA em trânsito no Golfo Pérsico 03/08/2019 Alexander C. Kubitza/Marinha dos EUA/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

A Guarda Revolucionária do Irã deteve o petroleiro e seus sete tripulantes perto da ilha iraniana de Farsi, ao norte do Estreito de Ormuz, noticiou a mídia estatal, em uma demonstração de poder em meio ao acirramento da tensão com o Ocidente que o chanceler atribui a autoridades dos Estados Unidos.

"O Irã costumava ignorar agressões marítimas no... Golfo Pérsico, mas nunca mais fechará os olhos", disse Zarif em uma coletiva de imprensa.

Ele criticou as sanções que os EUA lhe impuseram na quarta-feira, dizendo que Washington fechou a porta para a diplomacia por causa do acordo nuclear iraniano de 2015, do qual o presidente Donald Trump tirou seu país no ano passado.

"Punir um ministro das Relações Exteriores significa fracasso nas conversas", disse Zarif.

Se outros países atenderem os clamores dos EUA para que parem de comprar petróleo iraniano, Teerã ameaça impedir todas as exportações através do estreito, pelo qual um quinto do tráfego petrolífero circula.

Zarif disse que as potências europeias ainda filiadas ao acordo deveriam acelerar os esforços para salvá-lo, mas que o Irã o abandonará se for necessário.

O tráfego de navios-petroleiros por Ormuz e outras rotas marítimas estratégicas se tornou o foco de um impasse entre Washington e Teerã ao qual o Reino Unido também foi arrastado.

Atiçando os temores de uma guerra no Oriente Médio com repercussões globais, a Guarda Revolucionária apreendeu o navio-tanque britânico Stena Impero perto do Estreito de Ormuz alegando violações marítimas em julho, uma quinzena depois de forças britânicas capturarem um navio-petroleiro iraniano perto de Gibraltar acusado de violar sanções impostas à Síria.

Zarif classificou o confisco britânico de "pirataria" e disse que a segurança do Golfo Pérsico é responsabilidade do Irã.

"O governo britânico é cúmplice do terrorismo econômico dos EUA contra o Irã", afirmou.

Em junho, o Irã abateu um drone dos EUA perto do estreito, desencadeando preparativos para um ataque aéreo retaliatório que Trump cancelou no último minuto.

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