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Irã alerta UE que paciência sobre acordo nuclear está se esgotando

27 nov 2018 - 18h31
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O responsável pelo programa nuclear do Irã disse nesta terça-feira que alertaria a principal diplomata da União Europeia (UE) que a paciência iraniana estava se esgotando com as promessas do bloco de manter o comércio de petróleo apesar das sanções dos EUA.

Ali Akbar Salehi em Bruxelas
 27/11/2018    REUTERS/Yves Herman
Ali Akbar Salehi em Bruxelas 27/11/2018 REUTERS/Yves Herman
Foto: Reuters

Ali Akbar Salehi, chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, afirmou que a República Islâmica poderia retomar o enriquecimento de urânio a uma pureza de 20 por cento, o que é visto como acima do nível necessário para abastecer usinas de energia para fins civis, se o país não tiver o benefício econômico do acordo de 2015, que levou a cortes no seu programa nuclear.

"Se nós não podemos vender o nosso petróleo e não participamos de transações financeiras, eu não acho então que a manutenção do acordo nos beneficia", afirmou Salehi à Reuters antes de uma reunião com a responsável pela política externa da UE, Federica Mogherini, em Bruxelas.

"Eu vou certamente transmitir uma mensagem de cuidado para ela. Eu acho que o período de paciência para o nosso povo está ficando mais limitado. Estamos esgotando o cronograma considerado, que era em termos de meses."

Após o encontro, Mogherini declarou que ela e Salehi continuavam comprometidos com o acordo.

"Eles igualmente expressaram a determinação de preservar o acordo nuclear, como uma matéria de respeito a acordos internacionais e um pilar chave para a segurança europeia e regional", disse o gabinete dela em comunicado.

O comunicado também afirmou que a representante da UE repetiu a posição do bloco "em temas de preocupação, como o papel do Irã na região", uma referência ao envolvimento do país em conflitos no Oriente Médio, como Iêmen e Síria.

No acordo de 2015 com potências mundiais, o Irã restringiu o seu programa de enriquecimento de urânio, visto então pelo Ocidente como um esforço disfarçado para desenvolver os meios de fabricação de bombas atômicas. Em troca, o país não sofreria mais sanções internacionais.

O presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo em maio e restabeleceu sanções sobre o setor de exportação de petróleo do Irã no início deste mês.

Mas a Europa vê o acordo nuclear como um elemento importante da segurança internacional.

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