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Interrupção no sistema global de imunização pode atrasar vacinação para Covid-19

22 mai 2020 - 19h02
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Interrupções maciças nos programas globais de imunização por causa da pandemia de Covid-19 têm deixado especialistas em saúde com medo de que grande parte do mundo em desenvolvimento não seja capaz de obter uma vacina para o novo coronavírus, mesmo quando estiver pronta.

REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
REUTERS/Dado Ruvic/Illustration
Foto: Reuters

Agências da ONU e a aliança de vacinas Gavi disseram na sexta-feira que 80 milhões de crianças em pelo menos 68 países podem estar em risco de difteria, sarampo e poliomielite porque os esforços rotineiros de imunização foram prejudicados por restrições de viagem, atrasos na entrega e medo dos pais de sair de casa.

Se isto continuar atrapalhando os programas, disse o executivo-chefe da Gavi, Seth Berkley, grande parte do mundo também pode não estar preparada para administrar vacinas contra a Covid-19, desenvolvidas por mais de 100 projetos em todo o mundo.

"Se negligenciarmos as cadeias de suprimentos e a infraestrutura de imunização que mantêm esses programas em execução, também corremos o risco de prejudicar nossa capacidade de lançar a vacina de Covid-19, que representa nossa melhor chance de derrotar essa pandemia", declarou Berkley a repórteres em conferência da Organização Mundial da Saúde.

Londres sediará a cúpula virtual Global Vaccines em 4 de junho, onde a Gavi busca 7,4 bilhões de dólares para o período de 2021-2025 para imunizar mais 300 milhões de crianças.

Os sistemas de saúde frágeis estão sendo afetados pela Covid-19, com aumento de casos em partes da África e números em elevação no Brasil, onde há mais de 300.000 casos registrados e mais de 20.000 mortes.

"A América do Sul se tornou um novo epicentro da doença", disse o principal especialista em emergências da OMS, Mike Ryan.

Ryan contestou a determinação do governo brasileiro para uso ampliado do medicamento para malária hidroxicloroquina contra a Covid-19, o que, segundo ele, vai contra as orientações da OMS para aguardar os resultados dos testes, uma vez que o medicamento apresenta riscos cardíacos letais e permanece não comprovado.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, também na conferência, não abordou as mais recentes exigências dos EUA de que sua organização comece imediatamente a investigar a fonte do coronavírus e a resposta da OMS à pandemia.

O presidente norte-americano, Donald Trump, um crítico da OMS, tem ameaçado retirar permanentemente o financiamento dos EUA.

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