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Indígenas pedem ajuda para proteger rio Amazonas de petroleiras

22 mai 2020 - 10h41
(atualizado às 10h59)
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Líderes indígenas estão pedindo ajuda para impedir que petroleiras façam prospecção nas nascentes do rio Amazonas após a pandemia de coronavírus, alertando que o estabelecimento destas empresas em suas terras destruiria um bastião contra a mudança climática.

Membro de comunidade local mostra contaminação por petróleo em Lago Agrio, no Equador
22/05/2020 Tyson Miller/Stand.earth/Divulgação via REUTERS
Membro de comunidade local mostra contaminação por petróleo em Lago Agrio, no Equador 22/05/2020 Tyson Miller/Stand.earth/Divulgação via REUTERS
Foto: Reuters

Em um vídeo compartilhado com a Reuters nesta sexta-feira, Dia Internacional da Diversidade Biológica, comunidades do Peru e do Equador disseram que a pressão para explorar seus territórios vai se intensificar quando os governos se voltarem à reativação das economias abaladas pelo vírus.

"Tomamos conta da floresta tropical durante toda nossa vida, e agora convidamos todos a compartilharem nossa visão", disse Domingo Peas, líder da nação achuar equatoriana, à Reuters Television. "Precisamos encontrar uma rota nova, pós-petróleo, para o desenvolvimento econômico, para o bem-estar de toda a humanidade, não só os povos indígenas."

Os achuar estão entre as 20 nacionalidades indígenas que representam as quase 500 mil pessoas vivendo em uma extensão da floresta tropical que se estende pela fronteira Peru-Equador, chamada com frequência de Nascentes Sagradas do Amazonas.

Blocos existentes e planejados de petróleo e gás cobrem 280 mil milhas quadradas da região, de acordo com um relatório publicado em dezembro por grupos internacionais de defesa de direitos como Amazon Watch e Stand.earth.

Atualmente se extrai 7% de petróleo destes blocos. Equador e Peru têm planos para explorar ao menos outros 40%, inclusive em florestas repletas de vida silvestre, como o Parque Nacional Yasuní equatoriano, disseram os grupos.

Lar de onças, botos cor de rosa, sucuris, bugios e milhares de outras espécies, a região, em muitas áreas intocada pelo mundo moderno, é vista como parte integral para a saúde geral da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.

Cientistas temem que o ecossistema já tenha sido devastado tão amplamente para o plantio de soja e outros cultivos de exportação que pode passar de absorvedor de dióxido de carbono a grande emissor de gases de efeito estufa.

Enquanto países industrializados estão enfrentando clamores para adotar "recuperações verdes" propícias ao clima em reação à desaceleração econômica induzida pelo vírus, os indígenas estão desenvolvendo uma campanha paralela para persuadir Equador e Peru a buscarem modelos mais holísticos.

Os governos do Peru e do Equador não quiseram comentar.

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