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Humanos são culpados por redução drástica de pássaros nos EUA e Canadá

19 set 2019 - 17h07
(atualizado às 17h40)
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De savanas a praias, de florestas a quintais, os pássaros estão desaparecendo em um ritmo alarmante nos Estados Unidos e no Canadá. A população de aves diminuiu em 29% desde 1970 e houve uma perda líquida de cerca de 2,9 bilhões de pássaros, alertaram cientistas nesta quinta-feira.

Voo de um pássaro ao pôr-do-sol no Lago Ontário, em Hamilton, Canadá 
15/06/2017
REUTERS/Mark Blinch
Voo de um pássaro ao pôr-do-sol no Lago Ontário, em Hamilton, Canadá 15/06/2017 REUTERS/Mark Blinch
Foto: Reuters

A culpa é das pessoas, disseram os pesquisadores, citando fatores como a perda generalizada de habitat e a degradação, o uso amplo de produtos químicos na agricultura para erradicar insetos vitais para a dieta de muitos pássaros e até gatos de estimação que saem à caça.

"Os pássaros estão em crise", disse Peter Marra, diretor da Iniciativa Georgetown de Meio Ambiente da Universidade Georgetown e coautor do estudo publicado no periódico científico Science.

"A mensagem a ser absorvida é que nossas descobertas se somam aos indícios crescentes de outros estudos que mostram declínios maciços de insetos, anfíbios e outros táxons, o que sinaliza uma crise ecológica generalizada", acrescentou Marra. "Os pássaros são a quintessência dos indicadores da saúde ambiental, como os canários em minas de carvão, e estão nos dizendo que é urgente agirmos para fazermos com que nosso planeta possa continuar a sustentar a vida selvagem e as pessoas."

A maior parte das perdas não aconteceu entre espécies raras, mas comuns, em quase todas as famílias de pássaros e em todos os habitats. Entre eles estão pardais, andorinhas, melros-pretos, tordos, tentilhões, mariquitas e cotovias do pardo.

Cerca de 90% da perda total ocorreu em somente 12 famílias de pássaros e 19 espécies de pássaros comuns, como o verdilhão de olho escuro, o quíscalo comum e os pardais domésticos. Cada uma destas espécies perdeu mais de 50 milhões de indivíduos.

Os pesquisadores acompanharam populações de 529 espécies usando décadas de contagem de pássaros feitas em terra, bem como dados de radar que reveleram declínios similares no volume de aves migratórias.

Os cientistas afirmam que outros estudos documentaram quedas preocupantes na população de aves em outras partes do mundo.

"Pássaros são um componente crítico de muitos ecossistemas. Eles servem de predadores e presas, dispersam sementes e fornecem serviços ao ecossistema como controle de pragas. Quando uma grande parcela da população é perdida, isso perturba toda a teia da vida, da qual todos dependemos", afirmou o líder da pesquisa, Ken Rosenberg, um cientista conservacionista do laboratório de ornitologia de Cornell.

Algumas espécies de pássaros mostraram ganhos. A proibição do pesticida DDT permitiu o ressurgimento de populações de espécies predadoras como a águia-de-cabeça-branca, disseram os pesquisadores. Políticas de gestão de fluxo de água, incluindo proteção e restauração de áreas de pântanos permitiram crescimento de populações de patos e gansos, acrescentaram os cientistas.

"Estes são importantes exemplos que mostram que podemos impactar positivamente as populações de aves", disse Rosenberg.

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