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Huawei rejeita alegações dos EUA de espionagem em crucial frente europeia

11 dez 2018 - 16h55
(atualizado às 18h01)
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Antes da prisão de sua vice-presidente financeira na última semana, a pressão dos Estados Unidos forçou a chinesa Huawei a ficar na defensiva em mercados de Londres a Tóquio.

Sede da Huawei em Auckland, na Nova Zelândia
30/10/2018
REUTERS/Phil Noble
Sede da Huawei em Auckland, na Nova Zelândia 30/10/2018 REUTERS/Phil Noble
Foto: Reuters

Mas a prisão de Meng Wanzhou no Canadá por alegações dos Estados Unidos de que ela ludibriou bancos sobre o controle da Huawei de uma empresa operando no Irã pode levar mais consumidores a se manterem longe.

"A mensagem dos EUA está sem dúvida tendo influência (na Europa)..., ajudou a criar um ambiente hostil", disse um executivo da Huawei à Reuters, acrescentando que muitos da companhia estão chocados com a prisão da filha e provável herdeira do fundador Ren Zhengfei.

A Huawei e seus advogados disseram que a empresa opera em rígido cumprimento com as leis e está confiante que os sistemas legais do Canadá e dos EUA "chegarão a uma conclusão justa".

A campanha de Washington para convencer o mundo que as ligações de Huawei com Pequim tornam um risco os equipamentos da empresa para companhias de telecomunicação já reverberou.

A prisão de Meng levantou preocupações de que países europeus, em especial, podem seguir os Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia em limitar o acesso da Huawei aos seus mercados.

A Huawei, que repetidamente negou acusações de que facilita operações de espionagem da China, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

De 22 contratos comerciais da Huawei para redes de telecomunicação 5G, 14 estão na Europa, onde quase toda grande operadora de telefonia do continente é cliente. Apenas no Reino Unido, a Huawei disse que já gastou 1,65 bilhão de dólares em investimentos e aquisições ao longo dos últimos cinco anos.

A Europa, Oriente Médio e África compunham a maior região de vendas da Huawei fora da China no ano passado, segundo o relatório anual, respondendo por 164 bilhões de iuanes, ou 27 por cento, das vendas totais.

A Huawei afirmou que emprega mais de 11 mil pessoas na Europa, incluindo 1.900 em pesquisa e desenvolvimento, e gasta "bilhões de euros por ano" em aquisições na região.

Até recentemente sua posição na Europa parecia segura, com governos resistindo à pressão dos EUA para bloquear a Huawei.

Mas há sinais de uma mudança de humor, com autoridades do governo alemão argumentando que a Huawei deve ser banida, reportou a Reuters no mês passado. No Reino Unido, um relatório de uma agência governamental levou a Huawei a anunciar que gastará 2 bilhões de dólares em uma reforma de segurança.

Enquanto isso, as principais operadoras de telecomunicação do Japão, incluindo o Softbank, estão reavaliando o possível uso de equipamentos da Huawei para redes 5G, reportou a Kyodo News.

A Huawei já está tentando amenizar temores europeus, incluindo a proposta de gasto para o Conselho Nacional de Cibersegurança do Reino Unido, disse um executivo da companhia. A empresa também abriu um laboratório para permitir revisões a códigos-fonte na Alemanha e tem planos de abrir outro em pelo menos mais um país europeu.

Na véspera, a Huawei garantiu ao Comitê de Defesa do governo dinarmarquês que seus equipamentos são seguros em meio ao escrutínio de sua função como uma fornecedora da maior operadora de telecomunicações do país.

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