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Hong Kong reativa poderes emergenciais da era colonial para conter violência

4 out 2019 - 09h07
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A chefe do Executivo de Hong Kong, Carrie Lam, invocou poderes emergenciais da era colonial pela primeira vez em 50 anos, nesta sexta-feira, em uma medida dramática para conter a escalada da violência na cidade sob controle chinês.

Manifestantes com máscaras no centro de Hong Kong
04/10/2019
REUTERS/Jorge Silva
Manifestantes com máscaras no centro de Hong Kong 04/10/2019 REUTERS/Jorge Silva
Foto: Reuters

Lam afirmou, em coletiva de imprensa, que uma proibição ao uso de máscaras entrará em vigor no sábado como parte das leis de emergência que permitem às autoridades "adotar todo e qualquer regulamento" para o que quer que considerem de interesse público.

As leis de emergência permitem toques de recolher, censura da mídia, controle de marinas, portos e transportes, mas Lam não especificou nenhuma ação em particular que possa vir na sequência, além da proibição às máscaras.

Mas não estava claro se a adoção dos poderes emergenciais deterá os manifestantes.

Bancos e lojas do movimentado distrito Central fecharam mais cedo prevendo a violência, uma vez que alguns manifestantes queimaram bandeiras chinesas e bradaram "vocês queimam conosco".

Milhares de manifestantes se reuniram em outras partes do território.

"A lei anti-máscaras se tornou uma ferramenta da tirania", disse Samuel Yeung, universitário de 18 anos, em Central.

"Eles podem fazer uso da lei de emergência para decretar qualquer política ou lei que o governo quer. Não existe mais Estado de Direito. Só podemos nos unir e protestar".

Muitos manifestantes usam máscaras para ocultar a identidade devido ao temor de que empregadores sejam pressionados a adotar ações contra eles.

"Quase todos os manifestantes usam máscaras com a intenção de ocultar a identidade. É por isso que eles se tornaram mais desenfreados", disse Lam.

"Não podemos manter os regulamentos existentes ociosos e permitir que a violência aumente e a situação continue a se deteriorar".

Segundo sua descrição, o território corre um perigo sério, mas não está em estado de emergência.

Grupos pró-Pequim vinham pedindo uma lei anti-máscaras, mas não estava claro como o governo a implantaria em uma cidade na qual muitos dos 7,4 milhões de habitantes as usam todos os dias para se protegerem de infecções em reação ao surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars) de 2003.

A polícia pode abordar qualquer pessoa em público e lhe pedir para retirar a máscara se o agente acreditar que ela pode evitar uma identificação, de acordo com a lei.

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