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Estados Unidos

Homenagem a Bolsonaro preocupa "profundamente" museu nos EUA

Câmara de Comércio Brasil-EUA pretende homenagear presidente na sede do Museu de História Natural de Nova York

12 abr 2019 - 14h32
(atualizado às 14h52)
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O Museu Americano de História Natural, em Nova York, afirmou nesta sexta-feira (12/04) estar "considerando opções" após descobrir que será palco de um evento em homenagem ao presidente Jair Bolsonaro.

A sede da instituição foi agendada para abrigar no dia 14 de março um jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos em que Bolsonaro deve receber o prêmio Pessoa do Ano.

Presidente Jair Bolsonaro foi escolhido pelam Câmara de Comércio Brasil-EUA como "Pessoa do Ano"
Presidente Jair Bolsonaro foi escolhido pelam Câmara de Comércio Brasil-EUA como "Pessoa do Ano"
Foto: DW / Deutsche Welle

"O evento externo, privado, no qual o atual presidente do Brasil será homenageado foi agendado no Museu antes que o homenageado fosse conhecido", afirmou o órgão em sua conta oficial no Twitter. "Estamos profundamente preocupados, e estamos explorando nossas opções", acrescentou.

Quando Bolsonaro ficou sabendo da homenagem, ele comemorou nas redes sociais, afirmando que se sentia honrado por receber o prêmio.

Desde 1970, a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos escolhe todos os anos duas personalidades para homenagear, uma americana e outra brasileira.

A cerimônia de premiação ocorre durante um jantar de gala com a presença de cerca de mil convidados, com entradas a preço individual de 30 mil dólares.

Museu de História Natural, em Nova York, nos Estados Unidos
Museu de História Natural, em Nova York, nos Estados Unidos
Foto: Lady-Photo / iStock

O nome do americano homenageado este ano ainda não foi divulgado. Ano passado, os ganhadores da honraria foram o ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg.

A escolha de Bolsonaro para o prêmio foi alvo de críticas na internet. O portal Gothamist citou um ambientalista que ressalta ser "uma ironia particularmente amarga que um homem que tenta destruir um dos recursos naturais mais preciosos seja nomeado Pessoa do Ano dentro de um espaço dedicado à celebração do mundo natural".

Em respostas ao tuíte do museu, centenas de pessoas, que se identificaram como ativistas e acadêmicos, pediram que o evento que inclui a entrega do prêmio a Bolsonaro fosse cancelado. Elas afirmaram que seria inapropriado que o presidente brasileiro fosse homenageado numa instituição de ciências devido a suas visões.

"Ele nega a existência de mudanças climáticas antropogênicas e nomeou vários outros que também as negam para seu gabinete. E ele também está desmantelando as proteções ao meio ambiente no Brasil. Então, obviamente não se trata de algo para ser celebrado pela ciência", afirmou Philip Fearnside, americano que leciona no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), à agência de notícias Reuters.

Numa carta aberta publicada no jornal francês Le Monde nesta quarta-feira, 13 representantes de povos indígenas brasileiros denunciaram as políticas ambientais de Bolsonaro, afirmando que elas os deixam à beira de "um apocalipse".

"O governo quer monopolizar a Amazônia inteira e sangrá-la ainda mais, construindo novas estradas e ferrovias", alertam.

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