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Holanda é declarada parcialmente responsável pelo massacre de Srebrenica

27 jun 2017 - 10h53
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O tribunal de apelação de Haia ratificou nesta terça-feira uma sentença de 2014 que declarava a Holanda parcialmente responsável pela morte de quase 300 homens muçulmanos no massacre de Srebrenica, na guerra da Sérvia, em julho 1995 em uma zona protegida por capacetes azuis holandeses.

A corte concluiu que se as vítimas não tivessem sido tiradas de Potocari, localidade controlada por capacetes azuis holandeses após a queda de Srebrenica, não teriam sido assassinadas pelas forças do general Ratko Mladic.

Este general está à espera de uma sentença do Tribunal Penal Internacional para a antiga Iugoslávia (TPII) após a Procuradoria pedir sua prisão perpétua pelos mesmos fatos.

Em julho de 1995, o batalhão de capacetes azuis holandeses tinha ordem de proteger a zona de Potocari e lá ajudaram milhares de pessoas em busca de refúgio.

Quando as tropas sérvias chegaram, os militares concordaram que todos os refugiados seriam levados de ônibus a áreas seguras, mas os soldados de Mladic também tiveram permissão para comprovar se havia homens que poderiam ter participado do conflito armado para serem levados "a julgamento".

Segundo a sentença, os soldados holandeses não deviam ter permitido que as tropas sérvias retivessem essas pessoas porque "estava claro que poderiam ser torturadas e assassinadas".

Os capacetes azuis holandeses poderiam ter levado esses homens a áreas seguras, considerou o tribunal.

O caso foi apresentado pelas Mães de Srebrenica, que representam seis mil familiares das vítimas que terão direito a uma indenização.

Por outro lado, cerca de 200 veteranos do exército holandês processaram Estado e pedem uma compensação financeira pelo trauma que sofreram após serem enviados a uma "missão impossível" em Srebrenica, segundo afirmou seu advogado ontem à noite em um programa de televisão.

Os veteranos afirmam que o governo holandês poderia ter constatado que a missão era impossível de cumprir e que os fatos lhes causaram danos sociais, emocionais e financeiros, e agora pedem 22 mil euros para cada um.

EFE   
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