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Hacker português preso está por trás de revelações do "Luanda Leaks", dizem advogados

27 jan 2020 - 09h26
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Um hacker português assumiu a responsabilidade pela divulgação de centenas de milhares de arquivos que revelaram como a bilionária angolana Isabel dos Santos, filha de um ex-presidente de Angola, construiu seu vasto império, disseram os advogados dele nesta segunda-feira.

Isabel dos Santos durante entrevista com a Reuters em Londres
18/10/2017
REUTERS/Toby Melville
Isabel dos Santos durante entrevista com a Reuters em Londres 18/10/2017 REUTERS/Toby Melville
Foto: Reuters

O hacker Rui Pinto, de 31 anos, está aguardando julgamento em uma prisão de Lisboa por extorsão e outros crimes. Ele também reivindicou estar por trás "do Football Leaks" -- um vazamento de 70 milhões de documentos que expuseram as negociações dos clubes de futebol europeus. Sua equipe de defesa diz que ele age em defesa do interesse público.

Os advogados William Bourdon e Francisco Teixeira da Mota disseram que seu cliente também está por trás do "Luanda Leaks" -- mais de 700.000 documentos "que contêm todos os dados relacionados com as recentes revelações sobre a fortuna de Isabel dos Santos, sua família e de todos os atores que podem estar envolvidos".

Rui Pinto entregou um disco rígido com os documentos para a Plataforma de Proteção de Denunciantes na África (PPLAAF) no final de 2018, disseram os advogados. O PPLAAF o transmitiu ao Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), que, juntamente com 37 parceiros da mídia, divulgou suas descobertas na semana passada.

Isabel dos Santos, cujo pai José Eduardo dos Santos deixou o poder em 2017 após governar Angola por 38 anos, negou irregularidades e diz que os vazamentos fazem parte de uma parceria politicamente motivada pelo governo do sucessor de seu pai.

Desde que surgiram as investigações sobre o "Luanda Leaks", Angola anunciou que Isabel e vários associados são alvos de uma investigação criminal.

O ICIJ e o PPLAAF confirmaram nesta segunda-feira que Rui Pinto foi a pessoa por trás dos vazamentos. O advogado Bourdon também é co-fundador e presidente do PPLAAF.

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