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Guaidó faz apelo para militares deporem se juntarem a esforço para derrubar Maduro na Venezuela romperem com Maduro provoca confrontos

30 abr 2019 - 16h22
(atualizado às 19h02)
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O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó fez nesta terça-feira seu apelo mais contundente para que os militares o ajudem a depor o presidente Nicolás Maduro, e episódios de violência irromperam em protestos antigoverno no momento em que a Venezuela atinge um novo pico de crise depois de anos de caos político e econômico.

Manifestantantes de oposição enfrentam forças de segurança perto de base aérea em Caracas
30/04/2019
REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Manifestantantes de oposição enfrentam forças de segurança perto de base aérea em Caracas 30/04/2019 REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Foto: Reuters

Grupos militares que acompanhavam Guaidó se chocaram com soldados que apoiam Maduro em um comício nos arredores da base aérea de La Carlota, em Caracas, mas o incidente teve vida curta e não pareceu ser parte de uma tentativa imediata da oposição de tomar o poder através da força militar.     

    Guaidó disse em tuítes que iniciou a "fase final" de sua campanha para derrubar Maduro, conclamando os venezuelanos e as Forças Armadas a apoiá-lo antes dos protestos planejados para o 1º de Maio.

    "O momento é agora!", escreveu. "O futuro é nosso: o povo e as Forças Armadas unidas para pôr um fim" ao tempo de Maduro no governo.

    Dezenas de milhares de pessoas faziam uma passeata em Caracas para apoiar Guaidó nesta terça-feira e confrontaram o batalhão de choque na avenida Francisco Fajardo. Um veículo blindado da Guarda Nacional avançou sobre manifestantes que atiravam pedras e o atingiam.

    O ministro da Defesa, Vladimir Padrino, classificou as cenas de instabilidade mais recentes como um "movimento golpista", mas várias horas após o anúncio de Guaidó ainda não havia nenhum sinal de atividades militares anti-Maduro. Mais tarde Guaidó deixou um comício que realizava com apoiadores militares na base aérea.

    O doutor Maggi Santi, do centro de saúde Salud Chacao, no leste da capital, disse que os incidentes desta terça-feira deixaram 36 feridos, a maioria atingidos por balas de chumbo ou borracha.

    Diversas iniciativas da oposição de afastar o socialista Maduro do poder por meio de grandes protestos e clamores para que os militares atuem não surtiram efeito até o momento.

    Ainda nesta terça-feira, Maduro disse que conversou com líderes militares e que eles lhe mostraram "sua lealdade total".

"Nervos de aço!", escreveu Maduro no Twitter. "Eu peço uma mobilização popular máxima para assegurar a vitória da paz. Nós

vamos ganhar!"

    O movimento foi o gesto mais ousado de Guaidó até agora para persuadir os militares a se insurgirem contra o presidente --e, se falhar, pode ser vista como um indício de que ele carece do apoio que diz ter. Ele também pode estimular as autoridades, que já o privaram da imunidade parlamentar de que gozava como líder da Assembleia Nacional e iniciaram várias investigações a seu respeito, a prendê-lo.

Os Estados Unidos estão entre os cerca de 50 países que reconhecem Guaido como presidente legítimo da Venezuela e impuseram sanções para tentar desalojar Maduro, que, segundo eles, foi reeleito no ano passado em uma eleição fraudulenta.

"O que quer que aconteça agora, não deixaremos que nos parem. Nosso processo caminha passo a passo, de acordo com nossa Constituição. Continuamos a defender a não-violência", disse Guaidó à emissora internacional alemã Deutsche Welle em entrevista divulgada nesta terça-feira.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447702)) REUTERS AC

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