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Grupo fundado por dissidente de Mianmar pede libertação de repórteres da Reuters

12 set 2018 - 10h58
(atualizado às 11h43)
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Uma organização fundada por um dos prisioneiros políticos mais proeminentes de Mianmar e antigo aliado da ganhadora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi pediu nesta quarta-feira a libertação de dois jornalistas da Reuters que foram presos depois de serem considerados culpados de violarem uma lei de segredos de Estado.

Jornalista da Reuters Wa Lone deixa tribunal em Yangon após receber veredicto 03/09/2018 REUTERS/Myat Thu Kyaw
Jornalista da Reuters Wa Lone deixa tribunal em Yangon após receber veredicto 03/09/2018 REUTERS/Myat Thu Kyaw
Foto: Reuters

Um tribunal condenou os repórteres Wa Lone, de 32 anos, e Kyaw Soe Oo, de 28 anos, a 7 anos de prisão, em um caso visto como um teste para o progresso democrático no país do sudeste asiático.

"Se Hanthawady U Win Tin ainda estivesse vivo, pediria sua libertação. Em seu nome, esta fundação se coloca ao lado deles e pede sua libertação", disse Kyaw Aung, secretário da fundação.

O jornalista Win Tin cumpriu uma das penas mais longas de um prisioneiro político durante o governo militar. Ele foi membro fundador da Liga Nacional pela Democracia (NLD) de Suu Kyi, que fez campanha pela democracia durante anos.

Win Tin, que morreu em 2014 aos 84 anos, passou quase duas décadas na prisão de Insein, nos arredores de Yangon, onde os dois repórteres da Reuters estão detidos desde que foram presos em dezembro, e onde Suu Kyi também ficou detida brevemente.

A fundação sediada na cidade de Yangon foi criada sete anos atrás e apoia prisioneiros políticos e suas famílias.

Ela é administrada pelos ex-colegas de Win Tin e tem entre seus patronos Tin Oo, uma das figuras mais destacadas do movimento contra o governo militar e membro veterano do NLD.

Suu Kyi, que hoje é líder do governo, não fez comentários públicos sobre os repórteres desde que ambos foram condenados. Na semana passada o porta-voz governamental disse que a corte que os condenou em conformidade com a Lei de Segredos Oficiais dos tempos coloniais é independente e respeitou o devido processo legal.

Os dois repórteres, que se declararam inocentes, investigavam o assassinato de 10 moradores de um vilarejo pertencentes à minoria muçulmana rohingya, cometido por forças de segurança de Mianmar, quando foram presos.

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