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Mundo

Governo promete recursos para concluir comportas em Veneza

Projeto é tido como essencial para combater inundações

26 nov 2019 - 19h25
(atualizado às 19h54)
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Após dois anos desativado, o "Grande Comitê por Veneza" voltou a se reunir nesta terça-feira (26), em Roma, para discutir intervenções para a tutela da cidade, que nas últimas semanas sofreu com inundações históricas.

Venezianos protestam para exigir ações do governo contra inundações, em 24 de novembro
Venezianos protestam para exigir ações do governo contra inundações, em 24 de novembro
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O colegiado inclui o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, o governador do Vêneto, Luca Zaia, o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, e os ministros Dario Franceschini (Bens Culturais), Paola De Micheli (Infraestrutura) e Sergio Costa (Ambiente).

A última reunião do comitê havia sido convocada em 2017, para discutir um projeto para retirar navios de grandes dimensões da Lagoa de Veneza, o frágil ecossistema que envolve o centro histórico da cidade.

No encontro, o premier Conte se comprometeu a liberar os 320 milhões de euros necessários para concluir o "Mose", um complexo e caro sistema de comportas projetado para evitar a "acqua alta" em Veneza. As obras começaram em 2003 e estão previstas para terminar no fim de 2021, após sucessivos atrasos devido a escândalos de corrupção.

"O governo se empenha a colocar os 320 milhões restantes e confirma o cronograma para o fim das obras em 31 de dezembro de 2021", disse o governador Zaia após a reunião, que durou duas horas e meia.

A cifra completará o orçamento final de 5,5 bilhões de euros, conforme consta do balanço do Consórcio Venezia Nuova, responsável pelo projeto. "O sistema público fará de tudo para antecipar o fim dos trabalhos. A ordem é fazer o quanto antes", ressaltou a ministra De Micheli.

O Vêneto e Veneza também pediram ao governo 150 milhões de euros por ano ao longo da próxima década para financiar obras na lagoa. "Pela primeira vez em décadas vimos o premier, o governo e a região na mesa para tomar decisões muito importantes", disse o prefeito Brugnaro.

A reunião foi acompanhada por protestos de ativistas que alegam que o Mose não conseguirá resolver o problema das inundações em Veneza. Um novo encontro do comitê deve ocorrer antes do Natal.

Enchentes

Entre 12 e 17 de novembro, o centro de Veneza registrou quatro cheias superiores a 140 centímetros acima do nível médio da água, algo inédito para um único ano. Com isso, áreas como a Praça San Marco passaram quase uma semana alagadas.

O centro histórico se distribui por ilhas situadas na Lagoa de Veneza, que sofre regularmente com a "acqua alta". Mais comum entre o fim do outono e o início do inverno europeu, esse fenômeno ocorre quando o nível do Mar Adriático sobe e invade as águas da lagoa, inundando a cidade.

As marés são influenciadas pelo ciclo lunar e por fenômenos meteorológicos, como tempestades e o vento de siroco, uma corrente de ar quente proveniente do deserto do Saara, mas fatores como o aquecimento global e o assoreamento do solo lagunar também contribuem para as enchentes.

Ansa - Brasil   
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