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Governo italiano se reúne para discutir crise na Líbia

Conflitos já deixaram 50 mortos nos arredores de Trípoli

4 set 2018 - 08h18
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O gabinete do primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, deve realizar nesta terça-feira (4), por volta de 17h (12h em Brasília), uma reunião sobre a crise na Líbia e a consequente emergência migratória no Mediterrâneo.

Trípoli, capital da Líbia, voltou a ser palco de conflitos
Trípoli, capital da Líbia, voltou a ser palco de conflitos
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Ao menos 50 pessoas morreram e 138 ficaram feridas em uma semana de confrontos nos subúrbios de Trípoli, iniciados no último dia 27 de agosto, de acordo com o Ministério da Saúde do país africano. A missão das Nações Unidas (ONU) contabiliza 19 civis, incluindo mulheres e crianças, entre as vítimas.

A Líbia vive um cenário de instabilidade desde a queda do ditador Muammar Kadafi, em 2011, mas a situação voltou a se agravar na semana passada, após uma milícia se levantar contra o governo de união nacional liderado pelo primeiro-ministro Fayez al-Sarraj, que é reconhecido pela comunidade internacional.

A ofensiva é liderada pela "Sétima Brigada", também chamada de "Kanyat", em função da família que a comanda, os Kani, e é baseada em Tarhuna, 90 quilômetros a sudeste de Trípoli. Oficialmente, o objetivo dos ataques é "limpar" a capital das "milícias corruptas".

Como Sarraj não conta com um Exército, Trípoli é defendida por um conjunto de milícias fiéis ao governo de união nacional, que, na prática, controla apenas a parte ocidental do país. A Líbia oriental, por sua vez, está sob poder do general Khalifa Haftar, comandante da principal força armada da nação.

No primeiro semestre, Sarraj e Haftar, com mediação da França, chegaram a um acordo para realizar eleições nacionais em dezembro, mas a retomada dos conflitos coloca esse objetivo em dúvida.

O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, culpou o "interesse econômico" de "outros" pela nova crise líbia e ainda criticou o alijamento de Roma das discussões sobre o futuro do país africano. "A Itália deve ser protagonista do processo de estabilização do Mediterrâneo", declarou.

A fragmentação política e militar da Líbia colocou seu litoral nas mãos dos traficantes de seres humanos que organizam as viagens clandestinas de migrantes no Mediterrâneo. A família Kani, líder da Sétima Brigada, é tida como próxima à coalizão de milícias Fajr Libya (Amanhecer da Líbia), grupo islâmico que chegou a dominar Trípoli em 2014, mas acabou expulso.

Ansa - Brasil   
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