PUBLICIDADE

Mundo

Governo italiano recua e admite 'fatiar' Alitalia

Novo edital cogita venda da companhia aérea em lotes

6 mar 2020 - 11h18
(atualizado às 11h19)
Compartilhar
Exibir comentários

A administração extraordinária da Alitalia, que está sob intervenção do governo há quase três anos, publicou nesta quinta-feira (6) o edital da licitação para vender a companhia aérea.

Alitalia está sob intervenção do governo desde maio de 2017
Alitalia está sob intervenção do governo desde maio de 2017
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A medida chega pouco mais de três meses depois do fracasso no processo de venda da maior empresa de aviação civil da Itália. Na ocasião, o consórcio liderado pela estatal Ferrovie dello Stato (FS) não conseguiu chegar a um acordo para colocar sua proposta na mesa.

O grupo também incluía a americana Delta Air Lines, o Ministério da Economia e das Finanças e a holding italiana do setor rodoviário Atlantia, que acabou desistindo na última hora. O novo prazo para manifestação de interesse foi fixado em 18 de março, e o governo passou a aceitar o fatiamento da companhia aérea.

A preferência será por propostas de compra do grupo como um tudo, mas o edital também prevê a divisão da Alitalia em três lotes: "aviação", "handling" (serviços em terra) e "manutenção". Até então, o governo se recusava a avaliar ofertas que desmembrassem a empresa.

A hipótese de fatiar a companhia já provocou reações na Itália. Annamaria Furlan, secretária-geral da Confederação Italiana dos Sindicatos de Trabalhadores (CISL), disse que o edital é "inaceitável tanto no prazo quanto nos modos". "Pedimos uma reunião urgente no Ministério do Desenvolvimento Econômico", afirmou.

Segundo Furlan, vender a Alitalia "em pedaços" pode "minar a capacidade produtiva de uma empresa estratégica para o setor". Ex-companhia de bandeira, a Alitalia foi privatizada e hoje é dividida entre a holding Compagnia Aerea Italiana (CAI), com 51% das ações, e o grupo árabe Etihad Airways, com 49%.

A empresa está sob intervenção do governo desde maio de 2017, quando quase faliu devido a uma crise de liquidez, e se mantém viva graças a empréstimos públicos que totalizam 1,3 bilhão de euros.

Ansa - Brasil   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade