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Governo da Nicarágua tem encontro com líderes empresariais para tentar encerrar crise

17 fev 2019 - 17h10
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O governo da Nicarágua disse que iniciou negociações com o setor privado do país no que analistas veem como uma tentativa de reparar o relacionamento entre o presidente Daniel Ortega e líderes empresariais e amenizar a crise política que aflige o país desde a primavera passada.

O diálogo entre o governo e os empresários "confirmou a necessidade de um acordo para iniciar negociações por meio de uma reunião inclusiva, séria e franca", disse o governo em um comunicado na noite de sábado.

José Adán Aguerri, presidente do Conselho Superior de Empresas Privadas, disse à imprensa local que a reunião foi um "esforço importante para abrir uma porta que estava fechada há muito tempo".

Na próxima semana, a Assembléia Nacional da Nicarágua, que é dominada por deputados leais ao governo, deve discutir uma reforma tributária que aumentaria os impostos sobre empresas e eliminaria algumas isenções.

Os primeiros protestos contra o esquerdista Ortega começaram em abril, quando o governo se moveu para reduzir benefícios sociais, mas se transformaram depois em uma oposição mais ampla contra o presidente, que está no poder desde 2007.

Mais de 320 pessoas foram mortas e mais de 600 foram detidas desde o início dos protestos, segundo dados de grupos de direitos humanos.

O cardeal católico Leopoldo Brenes e o arcebispo Waldemar Stanislaw também participaram das conversas. A Igreja Católica da Nicarágua organizou diálogos prévios entre Ortega e a oposição.

Kevin Sullivan, embaixador dos EUA na Nicarágua, elogiou a iniciativa da reunião.

"O governo dos EUA saúda esse esforço para restabelecer as negociações entre o governo da Nicarágua e os representantes da sociedade civil", escreveu ele em uma mensagem no Twitter na noite de sábado. "As negociações exigirão esforços de boa fé para alcançar soluções reais em tempo para o povo nicaraguense."

Organizações como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Anistia Internacional e um grupo de investigadores especializados da Organização dos Estados Americanos (OEA) acusaram o governo de violência contra os manifestantes.

Mas o governo da Nicarágua alega que é vítima de uma tentativa de golpe de Estado financiada pelos Estados Unidos e pela Europa.

Na semana passada, Ortega disse em reuniões com a OEA que estava disposto a reformar as instituições do Estado antes das eleições presidenciais em 2021, segundo um comunicado da OEA.

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