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Governador de NY renuncia em meio às acusações de assédio sexual

Cuomo se diz inocente, mas que assumia 'responsabilidades'

10 ago 2021 - 13h43
(atualizado às 13h52)
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O governador de Nova York, Andrew Cuomo, renunciou ao cargo nesta terça-feira (10) em meio às denúncias de assédio sexual de ex-funcionárias. O democrata afirmou em pronunciamento na televisão que é inocente, mas pediu desculpas a quem se sentiu "ofendido".

Cuomo sustenta que é inocente e que está sendo perseguido politicamente
Cuomo sustenta que é inocente e que está sendo perseguido politicamente
Foto: EPA / Ansa - Brasil

"Peço desculpas profundamente se eu ofendi alguém. Sei que fui excessivamente familiar com as pessoas, homens e mulheres, mas nunca passei do limite com ninguém. Quando tudo tem esse viés, atenção, pode atingir a qualquer um. Atrás das acusações há motivações políticas e estou certo que os nova iorquinos me entenderão", disse ao iniciar sua fala.

A decisão por renunciar do cargo foi tomada, segundo o governador, porque ele "ama Nova York e ama os nova iorquinos e jamais faria algo para criar problemas para vocês".

"Por isso, acredito que neste momento, dadas as circunstâncias, a melhor coisa a fazer para ajudar é dar um passo atrás e deixar que o governo volte a governar", disse ressaltando que a demissão terá efeito em 14 dias.

O anúncio vem poucos dias depois de um relatório da Procuradoria Geral de Nova York, liderado pela procuradora Letitia James, acusar Cuomo de assédio sexual contra, ao menos, 11 funcionárias e ex-funcionárias.

Iniciada em março desse ano, a investigação começou após duas ex-assessoras acusarem o governador de assédio em viagens oficiais e dentro do Gabinete do governo. Ao todo, James ouviu 179 pessoas, incluindo o próprio Cuomo, e concluiu que, além do assédio sexual, o democrata criou um clima de medo e intimidação dentro do governo.

Desde as primeiras denúncias, houve também muita pressão de deputados federais e senadores democratas para que Cuomo renunciasse. No dia da divulgação do relatório, inclusive, o presidente Joe Biden, que também é democrata, disse que "mantinha a posição" sobre o dever de um governador renunciar se houvesse esse tipo de acusação.

Cuomo assumiu o cargo em janeiro de 2011 e teve bastante popularidade em seus mandatos. No início da pandemia de Covid-19, inclusive, era considerado um dos melhores do país na gestão - mesmo com o estado sendo o primeiro epicentro da doença.

No entanto, desde o início desse ano, a popularidade começou a ruir, por vários escândalos. Além das denúncias das ex-funcionárias, Cuomo também é investigado por ter manipulado o número de mortos por Covid-19 nas casas de repouso e asilos do estado. Segundo a denúncia, o governo alterou o local do óbito para hospitais, dando a impressão de que menos idosos morreram nos estabelecimentos sob a gestão do governo.

Ele também foi acusado de fornecer testes anti-Covid para amigos, familiares e empresários de Nova York logo no início da pandemia, quando esse tipo de item ainda era bastante escasso e faltava nos hospitais do estado. .

Ansa - Brasil   
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