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Mundo

Gigantes da tecnologia participam de audiência nos EUA

Comissão investiga Facebook, Google, Amazon e Apple

29 jul 2020 - 20h20
(atualizado às 20h32)
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Os CEOs do Facebook, Google, Amazon e Apple estão se defendendo nesta quarta-feira (29) durante uma audiência inédita com os quatro gigantes de tecnologia na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos.

Mark Zuckerberg, do Facebook; Sundar Pichai, do Google; Tim Cook, da Apple e Jeff Bezos, da Amazon, enfrentam uma série de questionamentos dos membros do Comitê do Judiciário da Câmera de Representantes sobre possíveis práticas de monopólio por partes da companhias.

O interrogatório é realizado por videoconferência em decorrência da pandemia do novo coronavírus Sars-CoV-2. "Eles têm muito poder", afirmou o democrata David Cicilline, presidente do comitê antitruste, na abertura da sessão.

Segundo ele, "embora essas empresas dominantes ainda possam produzir novos produtos inovadores, seu domínio está matando os pequenos negócios, a manufatura e o dinamismo geral que são os motores da economia americana".

Todos os executivos tentam defender suas empresas, já que, desde junho, a subcomissão realiza audiências. O Facebook, por sua vez, é acusado pela concorrência de ter o monopólio nas redes sociais, depois de comprar o WhatsApp e o Instagram.

Já a Apple presta esclarecimento sobre o uso de sua loja de aplicativo para prejudicar rivais, enquanto a Alphabet, do Google, fala sobre o domínio do buscador em publicidades online. A Amazon, por sua vez, se defende por obter vantagem de sua função como varejista.

Juntas, as empresas representam US$5 trilhões da economia dos Estados Unidos.

Bezos -

Em suas observações iniciais, Bezos se concentrou no histórico de sua empresa em inovação, criação de empregos e clientes. No entanto, Cicilline pressionou o executivo por alegações de que sua empresa tem um conflito de interesses inerente com vendedores que usam seu mercado. Ele disse que uma empresa de roupas comparou o recebimento de um cheque da loja on-line a uma dose de "heroína da Amazon" - a ideia é que ser pago parecia bom a curto prazo, mas, no final das contas, a Amazon causaria a queda do vendedor ao lançar produtos rivais próprios.

"Não concordo totalmente com essa caracterização. Acho importante entender que temos uma política contra o uso de dados de vendedores individuais para competir com nossos produtos de marca própria", respondeu Bezos.

Zuckerberg -

No início do interrogatório, o CEO do Facebook alertou que a China está construindo sua "própria versão da internet focada em ideias muito diferentes e que está exportando sua visão para outros países".

Para ele, a indústria de tecnologia americana é uma maneira da nação compartilhar sua cultura com o restante do mundo.

Zuckerberg também ressaltou os valores fundamentais da companhia, mas disse que não há garantias de que eles vencerão à medida que a concorrência global aumenta.

"O Facebook representa um conjunto de princípios básicos, dando voz às pessoas e oportunidades econômicas, mantendo as pessoas seguras, sustentando tradições democráticas, como liberdade de expressão e voto e possibilitando um mercado aberto e competitivo", disse.

Além disso, ele respondeu perguntas sobre o boicote de anunciantes renomados, que realizaram protestos contra o tratamento de discursos de ódio e desinformação, além de rebater uma congressista que disse que o Facebook não estava preocupado em saber como foi impactado.

"É claro que nos importamos", disse ele. "Mas também não vamos definir nossas políticas de conteúdo por causa dos anunciantes. Acho que isso seria errado".

Por fim, Zuckerberg afirmou que "está bem documentado que o governo chinês rouba tecnologia de empresas americanas".

Pichai -

O presidente do comitê, David Cicilline, iniciou o interrogatório de Pichai, do Google, acusando a empresa de ter um "conflito de interesses" entre servir as informações públicas e seu próprio modelo de negócios, que vende anúncios e procura manter os usuários em seus próprios sites.

O executivo, por sua vez, respondeu que o Google precisa que seus usuários confiem na empresa e acrescentou que, para a grande maioria das consultas de pesquisa, não exibe nenhum anúncio.

Cook -

O CEO da Apple defendeu a comissão da empresa sobre os aplicativos dizendo que espera receber críticas dos 30% de redução de software vendidos por meio da App Store, principalmente porque não permitirá que aplicativos comerciais sejam instalados por outros meios em iPhones e iPads.

"Para a grande maioria dos aplicativos na App Store, os desenvolvedores mantêm 100% do dinheiro que ganham", disse Cook.

Segundo ele, "os únicos aplicativos sujeitos a comissão são aqueles em que o desenvolvedor adquire um cliente em um dispositivo Apple e onde os recursos ou serviços seriam experimentados e consumidos em um dispositivo Apple".

"Nos mais de 10 anos de história da App Store, nunca aumentamos a comissão ou adicionamos uma taxa única. Na verdade, a reduzimos para assinaturas e isentamos categorias adicionais de aplicativos".

Ansa - Brasil   
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