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Ghosn propõe usar tornozeleira eletrônica para ter direito à fiança

21 jan 2019 - 09h47
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O ex-presidente do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn propôs utilizar uma tornozeleira eletrônica e contratar guardas para monitorá-lo, em uma oferta incomum para conseguir ser solto mediante pagamento de fiança após dois meses preso no Japão por suspeita de crimes financeiros.

Pessoas observam notícia sobre Carlos Ghosn em telão em rua de Tóquio 10/12/2018 REUTERS/Issei Kato/File Photo
Pessoas observam notícia sobre Carlos Ghosn em telão em rua de Tóquio 10/12/2018 REUTERS/Issei Kato/File Photo
Foto: Reuters

Ghosn também está disposto a permanecer em Tóquio, onde alugou um apartamento, e a usar ações que possui da Nissan como garantia, segundo sua porta-voz. Uma nova audiência de fiança está prevista para esta semana, depois que um pedido anterior foi negado em parte devido a preocupações de que o executivo pudesse fugir.

A libertação permitiria que Ghosn se reunisse com mais frequência com seus advogados e se defendesse no conselho da Renault, da qual permanece como presidente do conselho e CEO, em meio a pedidos pela sua remoção e potenciais passos para reestruturar a parceria com a Nissan.

À medida que a prisão do executivo continua a comprometer a perspectiva para a aliança da Nissan, com a francesa Renault e a Mitsubishi Motors, a Nissan disse que não é hora de discutir a revisão dos laços entre os parceiros.

Ghosn, que liderou a recuperação da Nissan duas décadas atrás, pressionava por uma aliança mais profunda entre a Nissan e a Renault, incluindo uma possível fusão completa, apesar de fortes ressalvas por parte da empresa japonesa.

"Nós não estamos no momento para discussões do tipo", disse o CEO da Nissan, Hiroto Saikawa, a repórteres nesta segunda-feira.

Saikawa também disse não ter ouvido diretamente sobre uma suposta proposta francesa para integrar a administração da montadora japonesa com a Renault, acrescentando que não é hora de discutir a revisão dos laços entre os parceiros.

O jornal japonês Nikkei reportou no domingo que uma delegação do governo francês havia informado a Tóquio que irá buscar uma integração da Renault com a Nissan, provavelmente sob o guarda-chuva de uma única holding.

"Como não ouvi isso diretamente, não posso comentar", disse Saikawa a repórteres.

Segundo a emissora pública japonesa NHK, o ministro da Economia da França, Bruno Le Maire, disse a jornalistas que uma proposta de integração "não está sobre a mesa agora".

Uma fonte com conhecimento do funcionamento da Nissan disse que a suposta proposta francesa não "faz sentido", dada as diferentes culturas das duas empresas, a menor produtividade da Renault e a maior contribuição da Nissan para tecnologias-chave.

"É uma fusão virtual, eu não acho que faça sentido", disse a fonte, acrescentando que não ouviu diretamente sobre uma proposta do tipo.

Ghosn nega ter cometido qualquer irregularidade, à medida que aguarda o julgamento por fraude financeira.

"Eu vou comparecer ao meu julgamento não apenas porque sou legalmente obrigado, mas porque estou ansioso para finalmente ter a oportunidade de me defender", disse Ghosn em comunicado no domingo.

"Eu não sou culpado das acusações feitas contra mim e estou ansioso para defender a minha reputação no tribunal".

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