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Mundo

Gênova inaugura nova ponte com homenagem às vítimas

Desabamento deixou 43 pessoas mortas em agosto de 2018

3 ago 2020 - 15h10
(atualizado às 16h31)
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A nova ponte de Gênova, construída no lugar daquela que desabou há quase dois anos, deixando 43 mortos, foi inaugurada oficialmente nesta segunda-feira (3), na presença das principais autoridades políticas e institucionais da Itália.

Durante o evento, o presidente italiano, Sergio Mattarella, foi o primeiro a dirigir um carro na estrutura rebatizada de Ponte Genova San Giorgio, junto com o primeiro-ministro Giuseppe Conte e o arquiteto Renzo Piano, autor do projeto.

A cerimônia teve início com o hino de Mameli e o corte de uma fita com as cores da bandeira italiana feito pelo premier. No mesmo momento, os sinos da Igreja de Coronata e as sirenes dos navios no porto soaram. "Hoje, Gênova recomeça graças à sua diligência, como em muitos momentos de sua história, confiando na força do trabalho", declarou o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte. 

Para ele, o momento "mostra a um país que, apesar dos estereótipos, sabe se levantar quem sabe voltar a correr".

"Gênova precisa começar de novo e faz isso daqui. A ponte cria uma nova unidade, gera nova confiança, tem a função de reunir os cidadãos de Gênova, da Itália, como um todo", acrescentou.

Em seu discurso, Conte ressaltou que o Estado ensina "que pode mostrar sua melhor face quando seus diferentes níveis de governo, suas estruturas institucionais, seus recursos agem sinergicamente, com espírito de cooperação, em busca de interesse comum".

A inauguração contou com a leitura dos nomes das 43 vítimas e três minutos de silêncio em homenagem aos mortos. A cerimônia foi encerrada com uma curta caminhada de Mattarella pelo viaduto, onde conheceu alguns trabalhadores e autografou seus capacetes.

Entre as autoridades presentes estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Roberto Fico, o governador da Ligúria, Giovanni Toti, e o prefeito Marco Bucci. Os familiares das vítimas, no entanto, não compareceram ao local por alegarem que o evento tinha um discurso "festivo" demais.

Apesar disso, antes da cerimônia, Mattarella participou de uma reunião privada com o Comitê de membros da família das vítimas da tragédia. "Eu queria conhecê-los antes da cerimônia da ponte para enfatizar publicamente e claramente que a ferida não cura, que a dor não é esquecida e que a solidariedade não falha de forma alguma. E eu concordo com a escolha de nos ver na prefeitura e não na ponte, porque 'a inauguração' não é importante. É para a cidade, é claro. Mas porque este encontro é uma ocasião para uma reunião, não um alvoroço", explicou o presidente da República.

A investigação sobre a tragédia ainda está aberta, mas a suspeita é de que a construção tenha entrado em colapso devido a uma falha estrutural por falta de manutenção. A via estava sob concessão da Autostrade per l'Italia (Aspi), empresa controlada pela holding Atlantia, da família Benetton.

A nova ponte foi projetada pelo arquiteto e senador vitalício Renzo Piano e tem cerca de 1,1 quilômetro de extensão, dividido entre 19 tabuleiros situados a mais de 40 metros de altura e sustentados por 18 pilares.

A obra, executada pelo consórcio público-privado PerGenova ao custo de 200 milhões de euros, teve início em fevereiro de 2019, com a demolição da estrutura remanescente da Ponte Morandi. A abertura ao tráfego será no dia 5 de agosto.

Ansa - Brasil   
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