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G7 de Charlevoix, a cúpula dos "6 contra Trump"

Norte-americano, se for ao evento, deve ficar isolado

7 jun 2018 - 20h27
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Pela enviada especial Paola Tamborlini - A cidade de Charlevoix, na província canadense de Quebec, recebe nesta sexta-feira a Cúpula do G7, grupo que reúne as maiores economias do mundo. Mas o encontro tem potencial para se tomar uma ocasião de confronto entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e todos os outros líderes, em uma espécie de "G6+1", com as novas tarifas comerciais de Washington, o plano nuclear iraniano e o acordo climático no centro das discussões.

    Se na última cúpula do G7, em Taormina, na Itália, conseguiu se chegar, de maneira fatigante, a um documento final assinado por todos e negociado até o último instante devido à posição de Trump sobre as mudanças climáticas, em Charlevoix teme-se que não haja nem uma declaração concreta.

    "Estamos trabalhando, mas existem muitos desentendimentos", admitiu a chanceler alemã, Angela Merkel, que se reunirá com seus pares da França, Itália, Japão, Reino Unido, Canadá e Estados Unidos.

    A Casa Branca também relatou que está "analisando" se Trump deve assinar ou não a declaração final. De acordo com o jornal "The Washington Post", o magnata republicando não está disposto a aceitar "lições" dos outros líderes do G7 e pensa, inclusive, em faltar ao evento ou enviar seu vice, Mike Pence, que já o representou na 8ª Cúpula das Américas, realizada na capital do Peru, Lima, em abril.

    A cúpula de Charlevoix também será a apresentação de primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, que mostrará à comunidade internacional a linha política do novo governo - ainda uma incógnita para seus aliados, principalmente na questão tarifária. A medida oficial da União Europeia (UE) contra as novas tarifas à importação de aço e alumínio impostas pelos EUA será anunciada somente em julho. Por isso, a cúpula do G7 tinha a chance de ser a última tentativa para se chegar a algum acordo, mas tudo indica que Trump, caso participe, se apresentará com a ameaça mais temida: a possibilidade de alterar as tarifas de importação de automóveis da Europa e do sudeste asiático, uma medida que geraria turbulências e determinaria o fim da Organização Mundial do Comércio (OMC), de acordo com Tóquio e Bruxelas. Tampouco há apoio internacional para a decisão de Trump de abandonar o acordo nuclear assinado por seu antecessor, Barack Obama, com o Irã.

    A cúpula do G7 durará dois dias e começará nesta sexta-feira, às 11h45 locais (12h45 em Brasília), com a chegada dos chefes de Estado e de Governo dos países-membros para um almoço de trabalho com discussão sobre economia. Às 15h locais, será feita a goto oficia, seguida por outro debate sobre crescimento econômico e desemprego. O dia termina com um jantar sobre segurança. No sábado, a agenda começa às 9h30 locais (10h30 em Brasília), com uma reunião sobre empoderamento feminino, seguida por outra sobre mudanças climáticas e energias limpas. Ao fim, haverá uma coletiva de imprensa.

Ansa - Brasil   
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