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G20 alerta para desaceleração econômica global, mas não denuncia protecionismo

29 jun 2019 - 11h57
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Líderes do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, advertiram neste sábado sobre riscos crescentes para a economia global, mas não chegaram a denunciar o protecionismo, apenas fazendo um apelo por um ambiente de comércio livre e justo, após conversas que alguns membros descreveram como difíceis.

Em um comunicado no final de uma reunião de dois dias na cidade de Osaka, no oeste do Japão, os líderes disseram que o crescimento global continua baixo e que os riscos permanecem, à medida que as tensões comerciais e geopolíticas cresceram.

"Nós nos esforçamos para criar um ambiente de comércio e investimento livre, justo, não discriminatório, transparente, previsível e estável, e para manter nossos mercados abertos", disseram, em um segundo comunicado seguido sem citar a necessidade de resistir ao protecionismo.

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que os líderes do G20 tinham muito em comum, como o reconhecimento compartilhado da necessidade de o grupo continuar sendo o principal motor do crescimento global.

"O G20 concordou com os princípios fundamentais que apóiam um sistema de livre comércio", disse Abe, acrescentando que o grupo também prometeu uma ação mais forte para melhorar o sistema de solução de controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ao preparar o comunicado do G20, o Japão, que presidiu as reuniões, buscou um terreno comum entre os Estados Unidos, que se opõem às críticas ao protecionismo, e outras nações que buscam um alerta mais forte contra a tensão comercial.

"Não houve decisões inovadoras, mas... todos os participantes confirmaram sua aspiração de trabalhar mais na melhoria do sistema global de comércio, incluindo a aspiração de trabalhar na reforma da OMC", disse o presidente russo, Vladimir Putin, em entrevista coletiva neste sábado.

"O fato de que todos confirmaram a necessidade deste processo e sua prontidão para trabalhar nesse processo já é positivo", acrescentou.

As consequências da guerra comercial entre EUA e China sacudiram os mercados ultimamente, testando a determinação dos membros do G20 de apresentarem uma frente unida para evitar uma recessão global.

Os Estados Unidos e a China concordaram em reiniciar as negociações comerciais, oferecendo alguma esperança de que as duas maiores economias do mundo possam resolver a amarga disputa.

Ao mesmo tempo, a União Europeia e o Mercosul fecharam um acordo de livre comércio na sexta-feira, comprometendo-se com mercados mais abertos, desafiando a onda crescente de protecionismo.

A cúpula do G20 do ano passado em Buenos Aires foi a primeira a abandonar a linguagem sobre a necessidade de denunciar o protecionismo, de acordo com um pedido dos Estados Unidos, que são sensível às críticas às tarifas que estão adotando contra alguns membros do G20.

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