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França pressiona Renault sobre compensações pagas a executivos por holding holandesa

6 jan 2019 - 12h14
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O governo francês pediu que a Renault forneça mais detalhes sobre a compensação paga a executivos sênior por meio de uma holding holandesa de propriedade conjunta da parceira Nissan, disse neste domingo o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire.

Le Maire fez o pedido após o sindicato francês CGT expressar preocupação com os pagamentos feitos a alguns executivos de alto escalão por meio da holding holandesa da joint venture Renault-Nissan BV (RNBV) e solicitar mais transparência da montadora.

A governança corporativa dentro da joint venture está sob escrutínio depois que as autoridades japonesas prenderam o presidente do conselho de administração, Carlos Ghosn, em meados de novembro por suspeita de ocultar seus ganhos na Nissan.

O governo francês é o maior acionista da Renault.

Le Maire afirmou à emissora CNews que o governo escreveu à liderança da montadora para "pedir todos os detalhes necessários para total transparência sobre os pagamentos de compensação".

"Eu quero saber para quem esses pagamentos foram feitos, se foram declarados e, portanto, se...o conselho da Renault estava ciente deles".

Um porta-voz da Renault não retornou imediatamente os telefonemas e mensagens pedindo comentário da empresa.

O caso Ghosn, desencadeado por uma investigação interna da Nissan, abalou a indústria automobilística, enfraquecendo os laços da Nissan com a Renault, além de complicar as relações diplomáticas entre Japão e França.

Ghosn, então um titã da indústria automobilística, foi afastado como presidente do conselho da Nissan e está sendo acusado de grave violação de confiança ao transferir prejuízos em investimentos pessoais para Nissan.

O executivo nega todas as acusações contra ele.

Membros do conselho de administração da Renault, incluindo representantes do governo francês, ainda não tiveram acesso total às descobertas de uma investigação da Nissan sobre Ghosn, que foram compartilhadas com advogados da Renault. As restrições são justificadas por sigilo judicial, de acordo com a companhia.

Executivos de ambas as montadoras, incluindo a secretária-geral da Renault, Mouna Sepehri, que supervisiona comunicações com o conselho, analisaram pelo menos duas vezes formas legais de pagar a Ghosn renda não declarada por meio da RNBV ou outras finanças compartilhadas, conforme reportou a Reuters no mês passado.

Esses esforços foram finalmente abandonados. Imediatamente após a prisão de Ghosn em 19 de novembro, contudo, a Nissan disse à Renault que estavam ampliando sua investigação interna para cobrir a holding holandesa.

Ghosn fará na terça-feira sua primeira aparição pública em sete semanas em um tribunal de Tóquio, após ter solicitado uma audiência aberta para explicação sobre sua detenção.

O filho de Ghosn, Anthony, disse ao Journal du Dimanche que promotores japoneses queriam que seu pai assinasse uma confissão.

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