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França pode flexibilizar lei orçamentária para garantir sobrevivência do governo, diz ministro das Finanças

28 nov 2024 - 13h43
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O impopular governo francês está pronto para fazer concessões em relação ao orçamento do próximo ano, disse o ministro das Finanças, Antoine Armand, nesta quinta-feira, em meio a crescentes preocupações de que a oposição ao projeto de lei possa derrubar a administração do primeiro-ministro da França, Michel Barnier.

Os comentários de Armand enfatizam a posição de perde-perde em que o governo se encontra.

A oposição generalizada ao orçamento por parte da esquerda e da extrema direita pode levar à derrubada iminente do governo, caso ele perca uma moção de desconfiança, uma vez que medidas para reduzir os 60 bilhões de euros em economias que ele implica assustarão ainda mais os investidores preocupados com o déficit em espiral da França.

As ações e os títulos franceses caíram acentuadamente na última quarta-feira, mas ficaram mais estáveis nesta quinta, graças ao feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

Falando na emissora BFM TV, Armand repetiu os comentários de Barnier de que a não aprovação do orçamento poderia levar a uma tempestade nos mercados financeiros, mas também adotou um tom conciliatório. "Estamos prontos para fazer concessões comedidas em todas as áreas", disse, sem fornecer mais detalhes.

O governo de Barnier pode cair antes do Natal - ou até mesmo na próxima semana - se os adversários de extrema direita e de esquerda forçarem um voto de desconfiança que ele provavelmente perderá, segundo fontes.

A opinião pública sobre o futuro de Barnier está dividida.

Cerca de 53% dos franceses querem a queda do governo de Barnier, de acordo com uma pesquisa Ifop-Fiducial para a Sud Radio publicada nesta quinta-feira. No entanto, segundo uma pesquisa da Elabe para a BFM TV na quarta-feira, mais da metade dos entrevistados acreditava que um voto de desconfiança que destituísse o governo deveria ser evitado.

Muita coisa ainda está em andamento, com a equipe de Barnier se reunindo com o Reagrupamento Nacional (RN) de extrema direita de Marine Le Pen, que sustenta seu governo, e com outros partidos para conversações a fim de evitar a segunda grande crise política francesa em seis meses.

O projeto de lei orçamentária foi rejeitado pela Câmara dos Deputados, profundamente dividida, e atualmente está sendo debatido no Senado.

Barnier disse que provavelmente usará o artigo 49.3 da constituição para aprovar o projeto de lei no Parlamento - uma medida agressiva que invariavelmente desencadearia uma moção de desconfiança.

Le Pen e o RN defenderam seu direito de votar para derrubar o governo, enquanto o bloco de esquerda também sinalizou seu plano para derrubar a administração de Barnier.

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