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Mundo

França indicia 7 pessoas por decapitação de professor

Entre acusados, está pai de aluna que postou vídeo na web

22 out 2020 - 09h11
(atualizado às 09h20)
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A França indiciou formalmente nesta quinta-feira (22) sete pessoas por cumplicidade "no assassinato terrorista" do professor de história Samuel Paty, ocorrido no dia 16.

Franceses homenageiam o professor Samuel Paty
Franceses homenageiam o professor Samuel Paty
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Entre os acusados, está o pai da aluna que publicou um vídeo no YouTube com acusações contra a vítima, o ativista islamista Abdelhakim Sefrioui, e dois amigos do assassino, Naim B. e Azim E. O jovem checheno de 18 anos que cometeu a decapitação, identificado como Abdoullakh Anzorov, foi morto por policiais no dia do crime.

Nesta quinta, a agência francesa AFP revelou que Anzorov tinha contatos frequentes com um líder jihadista na Síria, ainda não identificado. Já o "Le Parisien" informa que o homem investigado mora em Idlib, um dos antigos redutos do grupo terrorista Estado Islâmico.

Como os depoimentos sobre o assassinato são sigilosos, as informações sobre a morte de Paty vão saindo aos poucos na mídia francesa. E, segundo a "France Info", o caso que envolve o pai de uma das estudantes - apontado como um dos principais estopins para o crime - pode ter surgido por uma denúncia falsa.

Segundo o portal, Paty chegou a ser interrogado pela polícia por conta da aula que causou "comoção" entre os alunos da 7ª série do ensino fundamental. O professor tinha avisado um dia antes de mostrar as caricaturas de Maomé em uma aula para debater a liberdade de expressão, que os alunos que não quisessem participar poderiam sair da sala ou fechar os olhos quando as imagens fossem mostradas.

Nesse momento, a estudante teria iniciado uma discussão com o professor de maneira tão forte que a diretoria da escola interveio. Assim, a diretoria suspendeu a aluna por alguns dias - seria a 10ª expulsão dela da escola só neste ano. Por isso, ela não participou da aula em si.

Só que ao chegar em casa, ela relatou para o pai que o professor iria mostrar "imagens pornográficas" na sala de aula. Irritado, o homem postou um vídeo no YouTube com dados pessoais do professor, que chamou de bandido. Durante a gravação, o homem dizia também que a filha tinha sido expulsa da aula por se recusar a deixar a classe - o que era impossível, já que ela sequer estava na escola por estar suspensa.

"Ela inventou uma história através de rumores de colegas. Trata-se de uma falsa declaração com o objetivo de prejudicar a imagem do professor que eu represento, da escola e da educação como instituição", disse Paty aos policiais, segundo a "France Info".

Ainda conforme o portal, Anzorov entrou em contato com o pai da aluna quatro dias após o caso e eles teriam trocado informações sobre o professor. .

Ansa - Brasil   
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