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França busca autor de atentado em Estrasburgo e prende 4

Agressor, que está foragido, gritou "Allah Akbar"

12 dez 2018 - 11h38
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As autoridades da França informaram que o principal suspeito do atentado contra o mercado de Natal de Estrasburgo gritou "Allah Akbar", expressão em árabe que significa "Deus é o maior" e frequentemente usada por extremistas islâmicos em ataques. O autor do ataque foi identificado como Cherif Chekatt e está foragido. Ele teria escapado em um táxi, ferido no braço e fazendo o motorista de refém, informou o promotor de Paris, Remy Heitz. O agressor ainda está foragido e seu histórico policial aponta que cometera 25 crimes na França, Suíça e Alemanha. De acordo com fontes locais, ele teria passado um tempo na prisão, onde pode ter se radicalizado. Seu nome estaria inclusive na lista de suspeitos de radicalização na França de alta periculosidade. Cherif Chekatt teria 29 anos de idade e seria um cidadão francês originário de Estrasburgo.

    No momento, o irmão de Chekatt está sob custódia, um procedimento padrão para evitar que o suspeito entre em contato com amigos e familiares. Ao todo, quatro pessoas ligadas ao agressor estão detidas.

    Terrorismo na França - As autoridades francesas estão tratando o caso como um ato de terrorismo. "O terrorismo, novamente, atingiu o nosso território", disse o promotor Remy Heitz, em uma coletiva de imprensa.

    O nível de alerta na França foi elevado devido ao atentado, mas o governo descarta a possibilidade de decretar estado de emergência.

    A ministra da Justiça da França, Nicole Belloubet, disse na manhã desta quarta-feira (12) que o país tem capacidade de "reagir" ao ataque.

    O estado de emergência foi decretado na França após os atentados de 13 de novembro de 2015, cometidos em Paris pelo Estado Islâmico (EI), e vigorou até 31 de outubro de 2017. Nas redes sociais, apoiadores do Estado Islâmico comemoraram novamente o atentado em Estrasburgo. Apesar de nenhuma postagem oficial do grupo reivindicando o ataque, os canais do Estado Islâmico têm publicado mensagens sobre o acontecimento e elogiado a ação, que ocorre após vários pedidos consecutivos do EI de atentados no Ocidente durante as celebrações de Natal. Com isso, é provável que a revista oficial do EI, a Amaq, assuma a autoria do atentado em Estrasburgo nos próximos dias. O ministro do Interior da França, Christophe Castaner, informou que 350 agentes estão procurando o autor do ataque, Cherif Chekatt, em todo o país. Em buscas em sua residência, foram encontrados materiais explosivos.

    Algumas escolas ficarão fechadas durante toda a quarta-feira (12) e as pessoas foram orientadas a evitarem deslocamentos longos na França. O controle das fronteiras também foi reforçado.

    O ataque em Estrasburgo - A cidade de Estrasburgo fica no leste da França, na fronteira com a Alemanha, e é onde fica uma das sedes da União Europeia. Por volta das 20h locais, um homem armado abriu fogo contra as pessoas na rua Des Grandes-Arcades, no centro da cidade, muito perto de onde é realizado o tradicional mercado de Natal.

    "Eu vi um homem com uma pistola passando diante de um grupo de pessoas. Sem dizer uma palavra, ele apontou a arma e disparou.

    Depois, começou a correr em direção à praça Gutenberg, misturando-se à multidão. Havia um clima de pânico", contou um jovem que testemunhou o atentado na rua Des Grandes-Arcades.

    Vítimas - O atentado em Estrasburgo deixou três mortos e 13 feridos, estando ao menos seis deles em estado grave. Duas vítimas morreram no local, e uma terceira teve morte cerebral. Entre os feridos, há dois jornalistas: o italiano Antonio Megalizzi, que trabalhava para a emissor de rádio Europhonica, e outro funcionário da mesma empresa, cuja a identidade ainda não fora revelada. "Ficamos sabendo que um outro membro da equipe, que atuava no serviço de notícias em francês e morava em Estrasburgo, também está igualmente ferido. Ambos estão hospitalizados", informou a emissora pelo Twitter.

Ansa - Brasil   
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