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Forças sírias apoiadas pela Rússia entram em região dominada por curdos

14 out 2019 - 11h39
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Forças sírias apoiadas pela Rússia não perderam tempo para aproveitar a vantagem de uma retirada abrupta dos Estados Unidos nesta segunda-feira, aprofundando-se no território dominado pelos curdos ao sul da fronteira turca menos de 24 horas depois de Washington anunciar uma retirada total.

Posição de observação dos EUA abandonada em cidade de Suruc, na fronteira com a Turquia
14/10/2019
REUTERS/Murad Sezer
Posição de observação dos EUA abandonada em cidade de Suruc, na fronteira com a Turquia 14/10/2019 REUTERS/Murad Sezer
Foto: Reuters

Ex-aliados dos EUA, os curdos disseram ter chamado as tropas sírias como uma "medida de emergência" para ajudar a conter um ataque da Turquia, lançado na semana passada com um "sinal verde" do presidente Donald Trump que os curdos descreveram como uma traição.

O governo sírio começou a se mobilizar nesta segunda-feira, em uma grande vitória para o presidente Bashar al-Assad e a Rússia, que é sua principal aliada e cujos militares ganharam terreno no maior trecho do país que ainda estava fora do seu alcance.

Conforme o acordo, as forças governamentais estão prestes a entrar em áreas fronteiriças desde a cidade de Manbij, no oeste, até Derik, 400 quilômetros ao leste.

A mídia estatal síria noticiou que tropas entraram em Tel Tamer, cidade situada na estrada leste-oeste M4, que tem importância estratégica e se localiza cerca de 30 quilômetros ao sul da divisa com a Turquia.

A televisão estatal mostrou moradores saudando as forças sírias na cidade de Ain Issa, que fica em outra parte da rodovia a centenas de quilômetros de distância. Uma autoridade de mídia das Forças Democráticas Sírias (FDS) disse que não podia confirmar estas mobilizações

Ain Issa controla os acessos a Raqqa, ex-capital do "califado" do Estado Islâmico que combatentes curdos recapturaram dois anos atrás - um dos maiores triunfos da campanha liderada pelos EUA.   

Grande parte da M4 se situa no extremo sul do território em que Ancara almeja criar uma "zona segura" dentro da Síria. A Turquia disse ter tomado parte da rodovia. Uma autoridade das FDS disse que os combates continuam.

As mobilizações rápidas efetuadas por Damasco coincidiram com o colapso repentino da estratégia que os EUA puseram em prática na Síria nos últimos cinco anos. No domingo, Washington anunciou a retirada de sua força inteira de mil soldados que vinha combatendo o Estado Islâmico ao lado dos sírios curdos desde 2014.

O ataque turco provocou repúdio internacional generalizado e o temor de que permitirá que militantes do Estado Islâmico na Síria fujam de prisões controladas pelos curdos e se reorganizem.

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