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Forças Armadas da Venezuela prendem militares que pediram queda de Maduro, diz governo

21 jan 2019 - 11h11
(atualizado às 15h56)
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As Forças Armadas venezuelanas informaram que prenderam nesta segunda-feira membros da Guarda Nacional que publicaram vídeos em redes sociais pedindo de dentro de um quartel de Caracas que o presidente Nicolás Maduro não seja reconhecido como líder do país.

Soldados participam de cerimônia militar na Venezuela 15/05/2018 REUTERS/Carlos Jasso
Soldados participam de cerimônia militar na Venezuela 15/05/2018 REUTERS/Carlos Jasso
Foto: Reuters

Em um dos vídeos, um homem vestido de verde se identifica como o terceiro sargento Wandres Figueroa e diz que eles estão contra "o regime o qual desconhecemos completamente... preciso do apoio de vocês, saíam às ruas, aqui estamos nós".

Pouco depois, em um comunicado assinado pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, o governo informou a prisão de "um reduzido grupo de assaltantes atribuídos... à Guarda Nacional Bolivariana".

Segundo o comunicado, esses militares ingressaram "na sede do destacamento de segurança em Perate, município de Sucre, subtraindo de lá um lote de armas de guerra e sequestrando sob ameaça de morte dois oficiais e dois guardas nacionais".

As prisões aconteceram em um quartel da Guarda Nacional em Cotiza, no oeste de Caracas, onde os militares que gravaram os vídeos encontraram "firme resistência por parte dos oficiais e das tropas profissionais lá estacionadas", de acordo com o governo.

Em nenhum dos vídeos se escuta barulho de disparos, apenas homens caminhando, alguns com fuzis, no pátio de um quartel identificado como posto da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) em Cotiza.

Algumas unidades das forças de segurança venezuelanas se encontravam no entorno da unidade militar e bloqueavam vias principais próximas do local desde as primeiras horas do dia, segundo fotos e relatos nas redes sociais.

As autoridades lançaram gás lacrimogêneo contra moradores da região que estavam protestando, de acordo com testemunhas.

Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional controlada pela oposição, escreveu no Twitter que "o que acontece no comando da GN em Cotiza é uma mostra do sentimento generalizado que prevalece dentro da FAN. Nossos militares sabem que a cadeia de comando está rompida pela usurpação do gabinete presidencial".

Mas acrescentou: "Nós não queremos que a FAN seja dividida ou confrontada, queremos que ela se torne como um único homem do lado do povo, da Constituição e contra a usurpação".

O político opositor Julio Borges disse em uma postagem no Twitter que "o mesmo descontentamento e desejo de mudança que motivou a revolta da GNB em Cotiza existe dentro de toda a FANB", sigla da Força Armada Nacional Bolivariana.

Países da América Latina e a comunidade internacional não reconhecem o governo de Maduro, que assumiu um segundo mandato de seis anos em 10 de janeiro, considerando que sua reeleição em maio do ano passado não forneceu garantias para a participação da oposição.

Maduro afirma que seus adversários, apoiados pelos Estados Unidos, tentam derrubá-lo para tirar proveito das riquezas do petróleo venezuelano.

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