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Fiel a seu plano para o Brexit, Johnson não pedirá adiamento do prazo à UE

8 set 2019 - 16h07
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O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, vai seguir com seu plano para o Brexit e não vai buscar adiar a saída do Reino Unido da União Europeia em encontro no próximo mês, disseram dois ministros neste domingo, apesar da mais recente renúncia de uma ministra de seu gabinete.

Depois que a ministra do Trabalho e da Previdência, Amber Rudd, deixou o cargo no sábado por causa do plano do chefe de governo para o Brexit, os ministros disseram que Johnson estava determinado em "manter o plano" de deixar a UE até 31 de outubro, com ou sem um acordo para facilitar a transição.

A estratégia de Johnson de deixar o bloco "agora ou nunca" dentro do prazo estipulado foi abalada pelos eventos dos últimos dias, que levaram os críticos a descrevê-lo como um "ditador de araque" e aprofundaram a incerteza sobre como a votação do Reino Unido em 2016 para deixar a UE será colocada em prática.

Ele perdeu a maioria do Partido Conservador no Parlamento inglês, expulsou 21 rebeldes do partido e não conseguiu forçar uma nova eleição. E seu próprio irmão o abandonou, dizendo que estava dividido entre a lealdade à família e o interesse nacional.

A renúncia de Rudd no sábado --que apoiou a permanência na UE no referendo de 2016 quando o Reino Unido votou 52% a 48% pelo Brexit-- sobre o que ela chamou de foco desproporcional do governo em se preparar para um Brexit sem acordo, apenas aumentou a sensação de crise.

Mas o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, descreveu que "negociações intensas" seguem acontecendo em Bruxelas.

Tanto ele quanto o ministro das Finanças, Sajid Javid, também contradisseram autoridades da UE que afirmaram que o Reino Unido ainda não apresentou novas sugestões de mudanças no Acordo de Retirada, costurado pela antecessora de Johnson, Theresa May.

Javid disse que Johnson irá a uma cúpula da UE em 17 de outubro para tentar garantir um novo acordo. Theresa May fracassou em três tentativas de ratificar seu acordo pelo Parlamento, onde muitos parlamentares recusaram o chamado mecanismo backstop.

O governo de Johnson prometeu se livrar do backstop, uma espécie de seguro para impedir o retorno de uma fronteira dura (altamente controlada) entre a província britânica da Irlanda do Norte e a Irlanda, que é membro da União Europeia. A UE diz que o backstop deve permanecer.

"Antes de mais nada, o primeiro-ministro irá à reunião do conselho nos dias 17 e 18 (de outubro). Ele tentará fechar um acordo. Ele absolutamente não pedirá uma extensão (do prazo) nessa reunião", disse Javid à BBC.

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