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Fernández, da Argentina, alivia credores ao negar desconto em dívida

27 set 2019 - 13h46
(atualizado às 14h01)
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O candidato à Presidência da Argentina Alberto Fernández, que lidera a corrida eleitoral, disse que, se eleito no próximo mês, vai tentar evitar descontos nos pagamentos de títulos do governo e buscar uma estruturação de dívida "à moda uruguaia", em música para os ouvidos dos credores.

Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina 
03/09/2019
REUTERS/Juan Medina
Alberto Fernández, candidato à presidência da Argentina 03/09/2019 REUTERS/Juan Medina
Foto: Reuters

Os investidores estão monitorando de perto os comentários de Fernández sobre a dívida do país depois que a Argentina foi forçada a anunciar planos para renegociar 100 bilhões de dólares em compromissos depois que um colapso dos mercados em agosto empurrou o país em direção ao calote.

O candidato peronista, que venceu o presidente Maurício Macri nas eleições primárias de agosto, é o favorito para vencer as eleições de 27 de outubro. Como seu governo vai lidar com a crise de dívida é uma das questões mais importantes para seus credores domésticos e globais.

"Endividamento é o maior problema que a Argentina enfrenta hoje", disse Fernández no Twitter na noite de quinta-feira, em uma crítica à administração de Macri por ter se endividado excessivamente. "(Mas) nós nunca dissemos que não pagaríamos ou que haveria um desconto."

Ele acrescentou que o país -em recessão em boa parte do último ano- precisa retomar o crescimento e impulsionar as exportações para ser capaz de "diferir" suas obrigações.

Em comentários separados em um evento em Córdoba, Fernández disse que a Argentina deve conseguir replicar modelo do Uruguai, que foi bem sucedido na promoção de renegociações voluntárias de dívida em 2003.

O Credit Suisse disse, em nota nesta sexta-feira, que os comentários de Fernández são uma boa notícia para os credores do país.

"Achamos que os comentários de Fernández sobre pagar as dívidas sem descontos, junto com seu histórico, sugerem que ele pode buscar um caminho de moderação na política econômica se eleito", afirmou o banco de investimentos.

Roger Horn, estrategista sênior para mercados emergentes da SMBC Nikko Securities America em Nova York, disse que a maioria dos investidores esperam alguma perda, então devem ver com bons olhos os comentários de Fernández.

"Ouvir Fernández fazer referência a uma revisão ao estilo uruguaio é uma coisa muito positiva", disse Horn à Reuters. "Pelo menos mostra uma intenção amigável ao mercado."

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