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Extrema-direita alemã comemora eleição que abalou coalizão de Merkel na Baviera

15 out 2018 - 10h21
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O partido parceiro da coalizão da chanceler alemã, Angela Merkel, no Estado da Baviera disse nesta segunda-feira que apoiará a estabilidade política em Berlim depois de sofrer uma grande derrota na eleição regional que adversários de extrema-direita saudaram como "um terremoto" que abalará o governo.

Chanceler alemã, Angela Merkel, durante encontro partidário em Berlim 15/10/2018 REUTERS/Fabrizio Bensch
Chanceler alemã, Angela Merkel, durante encontro partidário em Berlim 15/10/2018 REUTERS/Fabrizio Bensch
Foto: Reuters

A conservadora União Social Cristã (CSU) teve seu pior resultado eleitoral em quase 70 anos na votação de domingo na Baviera, enquanto o outro parceiro da coalizão de Merkel, o Partido Social-Democrata (SPD), de centro-esquerda, viu seu apoio cair pela metade.

O líder da CSU, Horst Seehofer, que também é ministro do Interior da coalizão dividida de Merkel, esperava que sua retórica anti-imigração e suas críticas às políticas de asilo liberais da chanceler ajudassem seu partido a conter uma ameaça da extrema-direita na Baviera.

Mas sua estratégia fracassou, e a CSU, que governou a Baviera durante quase seis décadas, perdeu votos para o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) e para os ecologistas dos Verdes em igual medida.

"Faremos nossa parte para que a coalizão possa continuar a fazer seu trabalho de uma maneira estável, apesar de alguns dos comentários que foram feitos ontem", disse Seehofer aos repórteres.

Ele se referia a delegados revoltados da CSU que atribuíram o resultado pífio de sua sigla à decisão tomada por Merkel em 2015 de acolher cerca de um milhão de postulantes a asilo, a maioria muçulmanos -- o que provocou a ascensão da AfD.

Indagado se sua liderança na CSU está em questão, Seehofer respondeu que não debaterá assuntos pessoais no partido.

A CSU também perdeu votos para os Eleitores Livres, um partido de protesto de maioria conservadora independente.      

Agora a CSU tentará formar ou uma coalizão com os Eleitores Livres, como preferiria, ou com os Verdes, que são ideologicamente distantes, na Baviera.

A AfD, por sua vez, comemorou o resultado da eleição na Baviera como um sinal de problemas mais amplos nacionalmente para a coalizão de Merkel, que tem sido marcada por uma série de disputas, incluindo sobre imigração, desde que tomou o poder sete meses atrás.

"Estamos muito satisfeitos porque o objetivo da eleição no Estado da Baviera era provocar um terremoto em Berlim", disse Martin Sichert, líder da AfD na Baviera, em entrevista coletiva. "Esse terremoto aconteceu... agora estamos animados para ver quais serão as consequências em Berlim."

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