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EXCLUSIVO-Trump vai impor sanções a estrangeiros que interferirem em eleições nos EUA, dizem fontes

11 set 2018 - 19h55
(atualizado às 20h43)
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja assinar decreto até quarta-feira para impor sanções a empresas e pessoas estrangeiras que interferirem nas eleições norte-americanas, com base em descobertas de agências da inteligência, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante evento na Casa Branca, em Washington 29/08/2018 REUTERS/Leah Millis
Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante evento na Casa Branca, em Washington 29/08/2018 REUTERS/Leah Millis
Foto: Reuters

A decisão de Trump coincide com os preparativos de agências de inteligência, militares e policiais para defender as eleições parlamentares de 6 de novembro de ataques estrangeiros, mesmo com Trump ridicularizando uma investigação especial sobre a interferência russa nas eleições de 2016.

A Casa Branca se recusou a comentar.

Alvos de sanções podem incluir acusados de interferir nas eleições através de ataques cibernéticos ou outros meios, disse uma autoridade norte-americana à Reuters.

"O governo está disposto a estabelecer uma nova norma no ciberespaço", disse a autoridade. "Este é um primeiro passo para criar limites e mostrar nossa resposta para mal comportamento".

O decreto é o mais recente esforço do governo Trump para parecer mais duro em segurança eleitoral antes da eleição de novembro, que decidirá se o Partido Republicano, de Trump, consegue manter maioria na Câmara dos Deputados e no Senado.

O decreto encarregará agências, lideradas pelo escritório do diretor de Inteligência Nacional, incluindo a CIA, a Agência de Segurança Nacional e o Departamento de Segurança Nacional, de decidir se houve interferência, disseram as fontes.

Com base em um esboço recente do decreto revisado pela autoridade norte-americana, o decreto exigirá que qualquer agência federal ciente de interferência eleitoral cometida por estrangeiros leve a informação ao escritório do diretor de Inteligência Nacional.

Interferência eleitoral será definida no decreto como tentativas de ataques hackers contra "infraestrutura eleitoral" e esforços para alterar opinião pública através de propagandas digitais coordenadas ou vazamentos sistemáticos de informações políticas privadas.

Autoridades da inteligência dos EUA descobriram que na campanha para a eleição presidencial norte-americana de 2016 hackers russos invadiram o Comitê Nacional Democrata e vazaram informações confidenciais.

O Washington Post e o Wall Street Journal relataram anteriormente esboços passados do decreto presidencial.

De propósito, o Congresso foi deixado de fora do processo de elaboração do esboço do decreto presidencial, disse a fonte, porque o governo quer antecipar legislação sendo considerada na Câmara e no Senado que envolve questões similares.

Parlamentares norte-americanos apresentaram diversas peças de legislação ligadas à Rússia, incluindo o "Deter Act", para estabelecer punições para envolvimento eleitoral, e o que um parlamentar chamou de projeto de lei de sanções "do inferno" para punir Moscou por crimes cibernéticos e suas atividades na Síria, Ucrânia e outros lugares.

Tanto democratas quanto republicanos buscam reparar o que consideram uma posição fraca de Trump sobre acusações de interferência russa em 2016 quando ele se encontrou com o presidente Vladimir Putin numa cúpula em julho. Trump surpreendeu o mundo ao aceitar as negações de Putin sobre informações de suas próprias agências da inteligência.

O Congresso aprovou um projeto de lei de sanções sobre a Rússia há mais de um ano. Alguns parlamentares - incluindo republicanos e democratas - se irritaram com o que viram como relutância do governo em aprová-lo. Trump assinou o projeto de lei somente após o Congresso aprová-lo com ampla maioria.

Agindo com base nesta lei, o Tesouro dos EUA impôs grandes sanções contra 24 russos, atingindo aliados de Putin em uma das ações mais agressivas de Washington para punir Moscou.

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