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Ex-jogador é eleito em bastião da extrema direita na Itália

Damiano Tommasi derrotou Sboarina no segundo turno em Verona

26 jun 2022 - 20h12
(atualizado às 20h21)
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O ex-jogador da Roma Damiano Tommasi, de 48 anos, superou neste domingo (26) seu rival Federico Sboarina, do partido de ultradireita Irmãos da Itália (FdI), durante o segundo turno das eleições municipais em Verona e tornou-se prefeito de um dos principais bastiões da extrema direita italiana.

Beppe Sala com Damiano Tommasi após a vitória
Beppe Sala com Damiano Tommasi após a vitória
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Candidato por uma coalizão de legendas de centro-esquerda e centro com o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), Tommasi obteve 53,35% dos votos, contra 46,65% de Sboarina - a contagem ainda está em andamento.

A centro-esquerda não conquistava a maioria e a prefeitura de Verona há 15 anos. Com cerca de 260 mil habitantes, a cidade é governada pela extrema direita desde 2007, primeiro com Flavio Tosi, ex-expoente do partido de ultradireita Liga, e depois com Sboarina.

"Espero que as pessoas possam assumir o protagonismo em Verona, porque a cidade merece. Espero fazer parte deste projeto de forma importante", declarou Tommasi, após a vitória.

"Todo esse entusiasmo se explica pelo fato de que não foi fácil e não será. Mas nos envolvemos em fazer algo que Verona esperava há algum tempo. E estamos prontos mesmo para coisas difíceis", acrescentou.

Sboarina, por sua vez, parabenizou Tommasi pela vitória já que há poucas seções eleitorais a serem apuradas.

Tommasi é natural de Negrar, cidade de 17 mil habitantes situada na província de Verona. Após ter iniciado a carreira de jogador profissional no Hellas Verona, time cujas torcidas organizadas são abertamente neofascistas, ele alcançou o estrelato do futebol italiano ao atuar por 10 anos como meio-campista da Roma.

Em seu período no clube giallorosso, o agora prefeito sagrou-se campeão da Série A ao lado de Francesco Totti e chegou à seleção, tendo defendido a Azzurra na Copa do Mundo de 2002.

Depois de ter pendurado as chuteiras, comandou durante quase uma década a Associação Italiana dos Jogadores (AIC) e se aproximou da política, culminando com a candidatura a prefeito de Verona, sua primeira experiência eleitoral.

Outras cidades -

Considerada um dos principais prêmios em jogo, Parma, no norte da Itália, foi às urnas para eleger Michele Guerra, apoiado pela centro-esquerda. O candidato lidera a apuração com 66,19%, contra 33,81% de Pietro Vignali, aliado de Berlusconi e Matteo Salvini.

Com a vitória, o Partido Democrático volta a fazer parte de uma coalizão no governo de Parma após 24 anos de oposição. "É um ótimo resultado de um projeto coeso que não vai decepcionar a cidade", disse Guerra.

Até o momento, a centro-esquerda venceu em pelo menos seis principais cidades, incluindo Piacenza, Cuneo e Alessandria. Já em Catanzaro, Valerio Donato, de direita, foi derrotado pelo progressista Nicola Fiorita, com 41,76% contra 58,24% dos votos, respectivamente.

Ao todo, mais de 2 milhões de italianos foram chamados às urnas nas eleições municipais, mas mais de dois em cada três cidadãos ficaram longe das sessões eleitorais. A afluência total do segundo turno é de 29,44 %, uma queda em relação ao primeiro turno, quando nos mesmos municípios, 38,46% votaram.

Ansa - Brasil   
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