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Ex-comandantes das Farc pedem desculpas a vítimas e familiares por sequestros

15 set 2020 - 08h56
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Oito ex-comandantes das guerrilhas desmobilizadas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediram perdão na segunda-feira pelos sequestros cometidos pelo grupo rebelde durante o conflito armado no país e disseram lamentar o grave erro.

Ex-comandante das Farc Rodrigo Londoño durante entrevista coletiva em Bogotá
23/09/2019 REUTERS/Luisa Gonzalez
Ex-comandante das Farc Rodrigo Londoño durante entrevista coletiva em Bogotá 23/09/2019 REUTERS/Luisa Gonzalez
Foto: Reuters

É a primeira vez desde o acordo de paz de novembro de 2016 entre o governo e as Farc que um grupo de ex-comandantes, incluindo o ex-líder Rodrigo Londoño, conhecido pelo nome de guerra "Timochenko", pede perdão e reconheceu que cometeu erros.

"Estamos aqui para pedir perdão publicamente a todas as nossas vítimas e suas famílias do fundo de nossos corações", afirmaram os agora membros do partido político das Farc em um comunicado. O partido preservou as iniciais do grupo guerrilheiro depois de mudar seu nome para Força Comum Alternativa Revolucionária.

"Os sequestros foram um erro grave pelo qual só podemos nos desculpar", reiteraram.

O governo da Colômbia e grupos de direitos humanos acusam os guerrilheiros desmobilizados de terem sequestrado milhares de civis e membros das Forças Armadas durante a participação dos rebeldes em um conflito de mais de 50 anos que deixou 260 mil mortos e milhões deslocados.

Os membros do partido político das Farc admitiram que os sequestros feriram profundamente as pessoas afetadas e prejudicaram sua legitimidade e credibilidade irremediavelmente ao privar suas vítimas de dignidade e liberdade.

Os dirigentes das Farc reiteraram seu compromisso e sua disposição de testemunhar sobre o ocorrido durante o conflito em audiências judiciais e dar explicações à sociedade colombiana.

Os ex-líderes rebeldes estão em processo de testemunhar na Jurisdição Especial para a Paz (JEP), um tribunal que pode impor sentenças restringindo a liberdade de cinco a oito anos para aqueles que reconhecem a responsabilidade e confessarem seus crimes.

No entanto, quem não se responsabilizar pelos seus crimes receberá penas de prisão entre 15 e 20 anos.

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