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Ex-cardeal Pell é absolvido de abusos sexuais na Austrália

7 abr 2020 - 10h29
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O principal tribunal da Austrália absolveu nesta terça-feira o ex-tesoureiro do Vaticano George Pell de ter abusado sexualmente dois meninos de um coro nos anos 1990, libertando o cardeal de 78 anos após 404 dias na prisão.

Cardeal George Pell em entrevista coletiva no Vaticano
29/06/2017
REUTERS/Remo Casilli
Cardeal George Pell em entrevista coletiva no Vaticano 29/06/2017 REUTERS/Remo Casilli
Foto: Reuters

O Vaticano saudou a decisão e elogiou Pell por ter "esperado que a verdade fosse determinada".

Em um comunicado, o Vaticano disse que sempre teve confiança na justiça australiana, que Pell sempre manteve sua inocência e que a Santa Sé reafirma seu "compromisso de evitar e levar adiante todos os casos de abuso de menores de idade".

A Alta Corte, sediada em Brisbane, ordenou que as condenações de Pell sejam anuladas e que veredictos de absolvição sejam registrados em seu lugar, encerrando o caso mais notório de suposto abuso sexual de longa data a abalar a Igreja Católica.

Os sete juízes da Alta Corte concordaram de forma unânime que o júri do julgamento do cardeal "deveria ter ponderado uma dúvida" sobre sua culpa. Pell, que alegou inocência durante todo o longo processo legal, não pode ser julgado novamente com as mesmas acusações.

"Não quero mal ao meu acusador, não quero que minha absolvição aumente o sofrimento e a amargura que tantos sentem; certamente já existe sofrimento e amargura suficiente", disse Pell em um comunicado pouco depois de ser retirado da prisão de segurança máxima de Barwon, próxima de Melbourne.

O veredicto chega no meio da Semana Santa, o período que antecede a Páscoa, o dia mais importante do calendário cristão.

Poucas horas após a absolvição, o papa Francisco dedicou sua missa matutina àqueles que sofrem com penas injustas, mas não citou Pell nominalmente.

"Hoje gostaria de orar por todas aquelas pessoas que sofrem com penas injustas resultantes da intransigência (contra elas)", disse o papa, falando de improviso no início da missa.

Uma investigação do Vaticano sobre Pell foi debatida, mas nunca iniciada formalmente.

O papa indicou Pell para reformar as vastas finanças do Vaticano em 2014 e se absteve de comentar o caso durante o julgamento e as apelações.

A Rede de Sobreviventes dos Abusados por Padres (Snap) disse ter ficado "desconsolada e arrasada" com o veredicto.

"Este é um parecer decepcionante que só exacerba a desconfiança que os sobreviventes sentem", disse a Snap Austrália em um comunicado.

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