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Europa

Reino Unido detém parceiro de jornalista ligado a Snowden

18 ago 2013 - 21h04
(atualizado às 21h33)
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Autoridades britânicas valeram-se de lei anti-terrorismo para deter brasileiro que é parceiro de jornalista próximo a Edward Snowden, o fugitivo e ex-funcionário de agência de espionagem norte-americana, enquanto ele passava pelo aeroporto de Heathrow neste domingo.

David Miranda, de 28 anos, parceiro do jornalista americano Glenn Greenwald -- que trabalha pra o jornal britânico Guardian --, foi interrogado por nove horas antes de ser liberado sem acusações, informou um comunicado no site da publicação.

Greenwald, que trabalha no Rio de Janeiro, entrevistou Snowden, procurado pelas autoridades norte-americanas depois de vazar dados confidenciais. O jornalista utilizou entre 15 e 20 mil documentos repassados por Snowden para revelar detalhes sobre os métodos de vigilância da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA.

Atualmente, Snowden está na Rússia, onde lhe foi concedido asilo por um ano, mas a administração de Barack Obama tem buscado maneiras para levá-lo de volta aos Estados Unidos para responder a acusações de espionagem.

Um porta-voz do Serviço de Polícia Metropolitana britânico confirmou que mais cedo um homem de 28 anos foi detido no aeroporto de Heathrow sob as regras de uma lei anti-terrorismo de 2000.

A lei confere a agentes da fronteira o direito de interrogar alguém "para determinar se aquele indivíduo está envolvido na ordem, preparação ou execução de atos de terrorismo".

Em comunicado, o Guardian afirmou estar "consternado" com a detenção de Miranda e disse que pressionaria as autoridades britânicas para esclarecimentos urgentes.

O governo brasileiro manifestou "grave preocupação" com a detenção de Miranda, que ficou incomunicável durante nove horas no aeroporto.

"Trata-se de medida injustificável por envolver indivíduo contra quem não pesam quaisquer acusações que possam legitimar o uso de referida legislação. O governo brasileiro espera que incidentes como o registrado hoje com o cidadão brasileiro não se repitam", afirmou o Ministério das Relações Exteriores, por meio de nota.

(Reportagem de William James)

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