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Europa

Polícia alemã busca mais de 450 neonazistas

Governo diz que 467 extremistas de direita são alvo de mandados de prisão; alguns se encontram no exterior e 110 são tidos como violentos

4 dez 2018 - 14h03
(atualizado às 14h22)
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Centenas de neonazistas procurados pela polícia na Alemanha estão soltos, apesar dos mandados de prisão emitidos contra eles. Segundo reportagem publicada nesta terça-feira (4) pelo jornal Neue Osnabrücker Zeitung, a revelação foi feita pelo governo alemão, em resposta a um questionamento encaminhado pela bancada parlamentar do partido A Esquerda.

De acordo com o Ministério do Interior alemão, até o fim de setembro, 467 radicais de direita estavam sendo procurados pela polícia. Deles, 108 foram alvos de mandados de busca por crimes de motivação política.

Cena neonazista de Dortmund, no oeste alemão
Cena neonazista de Dortmund, no oeste alemão
Foto: DW / Deutsche Welle

Mas o número de mandados de prisão não cumpridos para crimes em geral é consideravelmente maior: cerca de 175 mil, de acordo com o Sindicado da Polícia alemã (GdP, na sigla em alemão).

"Esse é um sinal preocupante de alerta para a execução da lei neste país", afirma o vice-presidente do GdP, Jörg Radek. Ele considera os 467 neonazistas foragidos um "número relativamente pequeno" diante do total. "Mas o Estado de Direito deve considerar também a reputação da Alemanha no que se refere a criminosos neonazistas", pondera.

Após um aumento significativo entre 2014 e 2016, o número de extremistas de direita procurados pela polícia mudou apenas ligeiramente. Em setembro de 2017, foram registrados 501 casos. Até março deste ano, o número caiu temporariamente para 457.

Quase um em cada quatro é considerado um criminoso violento. Dos 467 extremistas de direita, 110 são listados como "violentos" pelas autoridades de segurança, e 99 neonazistas são expressamente procurados por crimes violentos.

Alguns dos extremistas de direita estão no exterior. Dos neonazistas que são procurados há mais de meio ano, 29 deixaram o país, segundo o Ministério do Interior alemão. Entre os destinos, estão Áustria, Polônia, República Tcheca e Itália.

A maioria dos mandados de prisão é deste ano (382), enquanto 120 são de 2017 e 56 foram emitidos em 2016. Alguns outros são mais antigos, indo até 2009.

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