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Europa

Partido de Macron prepara terreno para uma vitória histórica

11 jun 2017 - 18h41
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O partido do presidente francês, Emmanuel Macron, conseguiu neste domingo, no primeiro turno das eleições legislativas, preparar terreno para conseguir no próximo domingo o que pode ser uma vitória histórica, que lhe permitiria obter uma ampla maioria na Assembleia Nacional.

A República Em Marcha (LREM), que apresentou como candidatos uma mistura de políticos vindos das filas socialistas e conservadoras junto a figuras pouco conhecidas da sociedade civil, obteve - com o 90% das urnas apuradas - 32% dos votos.

O resultado é melhor do que o previsto nas pesquisas para o partido "macronista".

As demais legendas apenas conseguira fazer um exercício de contenção de danos, sem sucesso em quase nenhum caso.

Os Republicanos (centro-direita) são os segundos mais votados, com cerca de 20%, mas suas perspectivas são sombrias para uma Assembleia Nacional, que há cinco meses se preparavam para dominar.

Pior ainda se apresenta o panorama para o ultradireitista Frente Nacional, que com 14% dos votos ficaria longe do seu objetivo de alcançar no segundo turno as 15 cadeiras que lhe dariam o poder de formar grupo parlamentar.

O fracasso maior, tal como se esperava, é o do Partido Socialista, que fica em torno dos 9%, prejudicado pela ascensão da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon e a sua França Insubmissa (11%).

Tais resultados desenham um panorama muito favorável para a ambiciosa agenda reformista de Macron, que pretende tocar em assuntos tão sensíveis como a lei trabalhista e a educação primária.

No entanto, à espera do segundo turno, a sua provável vitória fica por enquanto ofuscada pela baixíssima participação: apenas 49% dos eleitores franceses foram às urnas neste domingo.

O número marca um recorde de abstenção na França e fica muito abaixo do anterior, que foi de 57%, há cinco anos.

Esse cenário reabriu o debate no país sobre a conveniência de fixar a realização de eleições legislativas apenas um mês após as presidenciais.

Esse período foi introduzido em 2001, no governo do então presidente Jacques Chirac, justamente para favorecer a criação de maiorias presidenciais no Parlamento.

A abstenção foi um dos argumentos usados pelos partidos derrotados para justificar seu mau desempenho, ao atribuir o desinteresse da população a uma sequência interminável de eleições no último ano: primárias da direita e da esquerda, presidenciais e legislativas, todas elas em dois turnos.

Para o primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a mensagem transmitida pelos eleitores "não tem ambiguidade", apesar da alta taxa de abstenção.

Philippe, antigo dirigente do partido conservador, considerou que no próximo domingo "a Assembleia Nacional encarnará o novo rosto da nossa República".

Entre os derrotados, a presidenta da Frente Nacional, Marine Le Pen, opinou que a falta de participação tinha "penalizado" seu partido, e pediu que todos os "patriotas" compareçam para votar no próximo domingo para frear a avalanche do LREM.

Um discurso similar ao do responsável pela campanha dos Republicanos, François Baroin, que exigiu da sociedade uma "mobilização" no segundo turno para evitar que "um só partido" concentre todo o poder.

EFE   
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