Script = https://s1.trrsf.com/update-1764790511/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

As Principais Notícias da Europa

Macron sob pressão: primeiro-ministro Sébastien Lecornu pede demissão e agrava crise política na França

O primeiro-ministro Sébastien Lecornu apresentou a sua demissão ao presidente Emmanuel Macron nesta segunda-feira (6), que a aceitou, ampliando o impasse político no país. A renúncia foi anunciada pelo Palácio do Eliseu em comunicado, marcando o fim abrupto de um governo que havia sido parcialmente revelado na noite de domingo. A Bolsa de Valores de Paris registrou queda de 2% nos primeiros minutos do pregão.

6 out 2025 - 05h53
(atualizado às 06h29)
Compartilhar
Exibir comentários

O primeiro-ministro Sébastien Lecornu apresentou a sua demissão ao presidente Emmanuel Macron nesta segunda-feira (6), que a aceitou, ampliando o impasse político no país. A renúncia foi anunciada pelo Palácio do Eliseu em comunicado, marcando o fim abrupto de um governo que havia sido parcialmente revelado na noite de domingo. A Bolsa de Valores de Paris registrou queda de 2% nos primeiros minutos do pregão.

Sébastien Lecornu faz pronunciamento após pedir demissão do cargo de primeiro-ministro da França, em Paris, em 6 de outubro de 2025.
Sébastien Lecornu faz pronunciamento após pedir demissão do cargo de primeiro-ministro da França, em Paris, em 6 de outubro de 2025.
Foto: REUTERS - Stephane Mahe / RFI

Nomeado em 9 de setembro, Lecornu estava sob intenso fogo cruzado de críticas por parte da oposição e da direita após ter divulgado a composição de seu gabinete. Este seria o terceiro governo em apenas um ano. O primeiro-ministro havia planejado se pronunciar sobre as diretrizes de seu mandato na Assembleia Nacional na terça-feira (7), mas apresentou a sua demissão antes disso, poucas horas antes de participar do primeiro Conselho de Ministros presidido por Macron no Eliseu.

A demissão de Lecornu coloca em xeque a capacidade de Macron de formar um novo governo estável no país. Esta situação vem se repetindo desde as eleições parlamentares de junho de 2024, quando o bloco de centro que apoiava Macron perdeu a maioria na Casa. O plenário da Assembleia dos deputados se fragmentou em três blocos polarizados, que não conseguem chegar a um compromisso sobre um projeto comum de governo.

Oposição classifica composição ministerial como "insultante"

A composição do governo de Lecornu foi criticada, sendo descrita pelos partidos de oposição (da esquerda à extrema direita) com termos como "Reciclagem", "provocação", "negação da democracia" e uma escolha "assustadora e inexplicável" ou mesmo "insultante". Quase um mês após sua nomeação, ele anunciou um gabinete de 18 ministros, sendo que 12 deles estavam no governo anterior. A oposição ficou furiosa com o retorno de Bruno Le Maire - ex-ministro da Economia e Finanças acusado de agravar o déficit público - na pasta das Forças Armadas.  

A exasperação generalizada levou a ameaças imediatas de censura. Sébastien Chenu, vice-presidente do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), afirmou que não via "outra via que não a censura" para o novo governo. Olivier Faure, líder do Partido Socialista (PS), também declarou que não via o que o levaria a não votar a censura. A cada nomeação de um novo governo, o líder da esquerda radical Jean-Luc Mélenchon, da sigla França Insubmissa, pede a renúncia de Macron. 

Pedido de dissolução e divisão na direita

A crise atinge seu ápice com os apelos por uma nova dissolução do Parlamento. Jordan Bardella, presidente do partido de Marine Le Pen, pressiona Macron pela dissolução da Assembleia. Bardella argumentou que "não pode haver estabilidade sem um retorno às urnas e sem a dissolução da Assembleia Nacional".

A instabilidade não se restringe à oposição, atingindo também o campo da direita. Bruno Retailleau, ministro do Interior e líder do partido Os Republicanos (LR), convocou o conselho estratégico do seu partido, avaliando que "a composição do governo não reflete a ruptura prometida" pelo primeiro-ministro. Xavier Bertrand (presidente do LR em Hauts-de-France) declarou: "Não podemos participar desse governo".

A renúncia, que significa que o governo de Lecornu "implodiu" logo após ser formado, gera consternação entre os políticos.

Gabriel Attal, líder do partido presidencial Renascimento, denunciou um "espetáculo aflitivo", dado pelo conjunto da classe política, após o anúncio da composição do governo.

Com agências

RFI A RFI é uma rádio francesa e agência de notícias que transmite para o mundo todo em francês e em outros 15 idiomas.
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade