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Europa

Líder trabalhista descarta aliança com independentistas escoceses no R.Unido

29 mai 2017 - 13h03
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O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, descartou nesta segunda-feira uma possível aliança com o Partido Nacionalista da Escócia (SNP, sigla em inglês), para conseguir formar governo caso nenhuma legenda obtenha sozinha a maioria absoluta nas eleições de 8 de junho.

"Não haverá acordos. Não haverá alianças. Estamos lutando nestas eleições para ganhar", afirmou o líder social democrata, em declarações veiculadas pela agência britânica "PA".

"Só o Trabalhismo o os 'tories' (conservadores) podem vencer essas eleições e votar no Partido Trabalhista é a única forma de tirar (a primeira-ministra conservadora) Theresa May do poder e de construir uma Escócia para todos, e não apenas para uma minoria", opinou o político britânico.

Em uma entrevista à rede "BBC", a líder do SNP e primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, disse que, caso haja um parlamento sem maioria clara, buscaria "fazer parte de uma aliança progressista, que fosse em busca de políticas progressivas".

No entanto, Sturgeon ressaltou que pensava que Corbyn, que experimentou um crescimento de destaque nas pesquisas, "não é uma alternativa crível para ser primeiro-ministro".

O SNP tem atualmente a terceira maior bancada do parlamento britânico, após conquistar um resultado histórico em 2015, quando obteve 56 das 59 cadeiras que correspondem à Escócia na Câmara dos Comuns, que tem um total de 650 deputados.

Ao ser questionado sobre como lidaria com o pedido de Sturgeon de realizar um segundo referendo de independência na Escócia, que foi negado por May, Corbyn explicou que a primeira coisa que faria seria "dialogar com o parlamento escocês".

"Pediria a eles que avaliassem muito cuidadosamente o assunto e lhes sugeriria que seria melhor abordar a questão ao término das negociações sérias e importantes sobre o 'Brexit'", disse o líder trabalhista.

Nas negociações com Bruxelas para a saída do Reino Unido da União Europeia (UE), Corbyn buscaria "um acesso comercial sem tarifas aos mercados europeus, para proteger os empregos da indústria e dos serviços em todo o Reino Unido e em toda a Escócia".

Durante a campanha eleitoral, May advertiu que votar em Corbyn levaria apenas a uma "coalizão do caos", se partidos como o SNP o apoiarem para formar governo.

A líder conservadora e Corbyn participam esta noite, separadamente, de um programa transmitido pela televisão no qual responderão a uma série de perguntas dos telespectadores e depois serão entrevistados pelo renomado jornalista Jeremy Paxman.

Os partidos políticos do Reino Unido retomaram a campanha na sexta-feira, que acabou sendo suspensa provisoriamente após o atentado da última segunda-feira em Manchester, que deixou 22 mortos.

As últimas pesquisas divulgadas refletem um crescimento instável dos trabalhistas e um aumento da popularidade de Corbyn, cujas ideias sociais democratas contam com o apoio das bases, mas foram muito questionadas dentro de seu próprio grupo parlamentar.

Apesar de os conservadores continuarem na liderança, sua vantagem em relação aos trabalhistas diminuiu até se limitar a cinco ou seis pontos percentuais, segundo algumas pesquisas, e dez ou 11, segundo outras, em comparação com os 25 pontos de May quando ela convocou as eleições em 18 de abril.

O apoio aos conservadores está em torno de 43-45%, enquanto os trabalhistas têm 35-38%, e são seguidos de longe pelos liberais democratas e pelo partido eurocético de direita UKIP.

EFE   
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