PUBLICIDADE

Europa

Jo Cox: uma jovem política britânica solidária e comprometida

16 jun 2016 - 19h35
Compartilhar
Exibir comentários

Jo Cox, a deputada trabalhista pró-Europa de 41 anos morta nesta quinta-feira a tiros na cidade de Birstall, na Inglaterra, era uma política solidária e comprometida com as causas humanitárias, com um futuro promissor e muito querida por seus colegas de Westminster.

Nascida em 22 de junho de 1974 em Batley, no condado de West Yorkshire, em uma família de classe trabalhadora, Helen Joanne "Jo" Cox cresceu em Heckmondwike e estudou na Universidade de Cambridge, onde se graduou em 1995.

Casada e mãe de dois filhos pequenos, Cox era deputada trabalhista pelo distrito de Batley e Spen, onde foi eleita nas últimas eleições gerais do Reino Unido em 2015.

Atualmente, a jovem política fazia campanha de maneira muito ativa em prol da permanência do país na União Europeia (UE) tendo em vista o referendo do próximo dia 23.

Sua paixão pela política e seu envolvimento com o Partido Trabalhista não foi algo inato, segundo ela mesma em entrevista dada em dezembro do ano passado ao jornal "Yorkshire Post", mas surgiu após sua passagem pela famosa universidade britânica.

Após ter tido uma infância "feliz", estudar em Cambridge foi uma experiência que a "marcou", pois foi lá que "compreendeu" que "onde você nasceu, importa". "Foi em Cambridge onde me dei conta de que como você fala, importa. Quem você conhece, importa. Eu não falava da maneira adequada, nem conhecia as pessoas adequadas", disse.

A deputada, que completaria 42 anos na próxima quarta-feira, vivia com sua família em uma casa construída dentro de um barco atracado perto da ponte da Torre de Londres (Tower Bridge), nas margens do rio Tâmisa.

Antes de sua incursão na política, onde muitos colegas a viam como uma das figuras mais promissoras do partido, Cox também foi chefe de políticas da organização humanitária Oxfam, que se dedica a combater a extrema pobreza.

Em seu currículo também figura seu trabalho como assessora de várias personalidades vinculadas ao Trabalhismo como Sarah Brown - esposa do ex-primeiro-ministro Gordon Brown - e a baronesa Kinnock, para a Fundação de Bill e Melinda Gates, além do grupo organizador de campanhas contra a escravidão "The Freedom Fund".

A jovem política foi uma dos 36 deputados do Partido Trabalhista que apoiaram o atual líder, Jeremy Corbyn, como candidato nas eleições para a direção no ano passado.

No entanto, Cox, que terminou dando seu voto a Liz Kendall, reconheceria após as eleições locais que havia se "arrependido" de ter apostado no atual dirigente trabalhista.

Após a tragédia de hoje, a deputada foi lembrada por vários colegas com palavras de carinho e Corbyn destacou em comunicado que sua colega era uma pessoa "universalmente querida" em Westminster.

Segundo o líder do partido, Cox não era querida apenas por seus companheiros de partido, mas também por colegas de outros grupos políticos no Parlamento.

O número dois do Partido Trabalhista, Tom Watson, se referia a ela como "o futuro" do Trabalhismo.

No ano passado, um de seus colegas de partido a definiu como uma "estrela em ascensão" dentro do partido.

Em outubro de 2015, a jovem deputada iniciou o chamado grupo parlamentar multilateral Amigos da Síria, de cuja presidência se encarregou.

Naquele mesmo mês, a política trabalhista escreveu um artigo no britânico "The Observer" junto com o deputado conservador Andrew Mitchell, no qual ambos argumentavam por que as forças militares britânicas poderiam ajudar a encontrar uma solução ética para o conflito sírio.

Sobre este conflito, Cox se absteve na votação realizada na Câmara dos Comuns no semestre passado, quando os deputados decidiam sobre se ampliar a ofensiva militar das forças britânicas na Síria para combater o grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade