Francês vencedor do Nobel de Economia alerta: 'UE não pode ficar atrás da China e dos EUA'
O Prêmio do Banco Central da Suécia em Ciências Econômicas — conhecido como "Prêmio Nobel" de Economia — foi concedido nesta segunda-feira (13) ao francês Philippe Aghion, ao americano-israelense Joel Mokyr e ao canadense Peter Howitt, por seus estudos sobre o impacto das novas tecnologias no crescimento econômico.
O Prêmio do Banco Central da Suécia em Ciências Econômicas — conhecido como "Prêmio Nobel" de Economia — foi concedido nesta segunda-feira (13) ao francês Philippe Aghion, ao americano-israelense Joel Mokyr e ao canadense Peter Howitt, por seus estudos sobre o impacto das novas tecnologias no crescimento econômico.
Metade do prêmio foi atribuída a Joel Mokyr, de 79 anos, "por identificar as condições necessárias para o crescimento sustentável por meio do progresso tecnológico". A outra metade foi dividida entre Philippe Aghion, de 69 anos, e Peter Howitt, de 79 anos, "por sua teoria do crescimento sustentável baseada na destruição criativa".
Joel Mokyr "recorreu a fontes históricas para investigar as causas do crescimento sustentado que se tornou padrão nas economias modernas", afirmou o júri em comunicado.
Já Aghion e Howitt exploraram o conceito de "destruição criativa", que descreve o processo em que um produto novo e superior chega ao mercado, levando empresas que oferecem versões ultrapassadas a perder espaço, segundo o Comitê Nobel.
"O trabalho dos laureados nos lembra que o progresso não é garantido. Pelo contrário, a sociedade deve permanecer vigilante quanto aos fatores que geram e sustentam o crescimento econômico — como a inovação científica, a destruição criativa e uma sociedade aberta à mudança", declarou Kerstin Enflo, professora de história econômica e membro do Comitê Nobel, durante a cerimônia de anúncio.
Os vencedores receberão um prêmio de 11 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros), a ser dividido entre eles.
Joel Mokyr e Peter Howitt são professores na Northwestern University (EUA) e na Brown University, respectivamente.
Já Philippe Aghion é professor do Collège de France e do Insead (Instituto Europeu de Administração de Empresas), em Paris, além de lecionar na London School of Economics and Political Science, no Reino Unido. "Os países europeus precisam entender que não podemos mais permitir que Estados Unidos e China assumam a liderança tecnológica", ele afirmou, ao ser contatado pelo Comitê Nobel nesta segunda-feira.
Capitalismo ajustado
Discípulo do economista Joseph Schumpeter (1883-1950), Philippe Aghion defende uma síntese do capitalismo americano e escandinavo, preservando o melhor de cada um: inovação, por um lado, e protecionismo, por outro.
Em 2012, Aghion contribuiu para o programa do presidente François Hollande e, em 2017, juntamente com Jean Pisani-Ferry e Philippe Martin, inspirou o programa de Emmanuel Macron. Os dois presidentes não implementaram integralmente suas recomendações.
Philippe Aghion nasceu em 1956 em Paris, filho de uma mãe judia que emigrou do Egito, Gabrielle Aghion, fundadora da marca Chloé, que revolucionou a moda ao inventar o prêt-à-porter de luxo no início da década de 1950.
Outro francês, Gabriel Zucman, estava entre os favoritos ao prêmio na edição de 2025 por seu trabalho sobre o imposto que leva seu nome, propondo uma tributação especial sobre grandes fortunas.
Outros laureados de 2025
O Prêmio de Economia foi o último anunciado entre os Nobel de 2025, que também reconheceram:
- Maria Corina Machado (Venezuela) - Paz
- Michel Devoret (França), John Clarke (Reino Unido) e John Martinis (EUA) - Física
- Shimon Sakaguchi (Japão), Mary Brunkow e Fred Ramsdell (EUA) - Medicina
A cerimônia de entrega dos prêmios será realizada em 10 de dezembro, data que marca o aniversário da morte de Alfred Nobel, falecido em 1896.
O Prêmio de Economia é o único que não consta no testamento de Nobel. Foi criado pelo Banco Central da Suécia em homenagem ao inventor, por ocasião do seu 300º aniversário, e incorporado aos cinco prêmios originais — o que lhe rendeu o apelido de "falso Nobel".
Apesar disso, segue as mesmas regras dos demais prêmios: é concedido pela Real Academia Sueca de Ciências, assim como os de Física e Química. Desde 1995, seu escopo foi ampliado para incluir áreas como Ciência Política, Sociologia e Psicologia. A composição do comitê de seleção também foi flexibilizada, permitindo a participação de membros que não sejam economistas.
(Com agências)